O relator da CPMI, Alfredo Gaspar, solicitou a prisão em flagrante de Lincoln, argumentando que o depoente havia distorcido a verdade em várias ocasiões. Durante seu testemunho, Lincoln alegou ter renunciado ao cargo na direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA). Contudo, investigações apontam que sua saída se deu na verdade por meio de um afastamento cautelar.
Além disso, o presidente da CBPA, ao ser questionado, “negou por meio do silêncio” seu envolvimento com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, mas posteriormente admitiu conhecer o mesmo ao responder outras perguntas. Essa contradição aumentou a suspeita sobre sua honestidade durante o depoimento.
Outra questão levantada diz respeito à relação de Lincoln com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA, e ao significativo alcance da procuração concedida a Adelino Rodrigues Junior. Segundo relatos, esta procuração conferia amplos poderes a Adelino, permitindo-lhe movimentar recursos consideráveis da CBPA. Informações revelam que ele enviou R$ 59 mil à esposa do procurador-geral do INSS na época, Virgílio Antônio, e uma quantia maior, de R$ 430 mil, em espécie, a João Victor Fernandes.
Diante da gravidade das acusações e do silêncio prolixo de Lincoln, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana, comentou sobre a situação destacando que “o silêncio também fala”, expressando sua esperança em relação aos direcionamentos futuros da comissão. Viana finalizou sua fala enfatizando a importância de justiça e verdade, lembrando-se dos aposentados, viúvas e órfãos que esperam por respostas e pelo fim da impunidade que, segundo ele, parece ter dominado o cenário atual.
Esse incidente lança uma nova luz sobre o desenrolar da CPMI e levanta questões sobre a transparência e a ética nas relações entre as entidades e seus representantes. A sociedade aguarda os próximos passos dessa investigação crucial.
