SENADO FEDERAL – Presidente da CBPA é preso por falso testemunho durante depoimento à CPMI do INSS; mentiras sobre vínculos e movimentação de recursos em foco.

Na última segunda-feira, 3 de outubro, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi surpreendentemente preso por falso testemunho após seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A detenção ocorreu após uma série de perguntas feitas pelos parlamentares, que levantaram questões cruciais sobre suas afirmações.

O relator da CPMI, Alfredo Gaspar, solicitou a prisão em flagrante de Lincoln, argumentando que o depoente havia distorcido a verdade em várias ocasiões. Durante seu testemunho, Lincoln alegou ter renunciado ao cargo na direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA). Contudo, investigações apontam que sua saída se deu na verdade por meio de um afastamento cautelar.

Além disso, o presidente da CBPA, ao ser questionado, “negou por meio do silêncio” seu envolvimento com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, mas posteriormente admitiu conhecer o mesmo ao responder outras perguntas. Essa contradição aumentou a suspeita sobre sua honestidade durante o depoimento.

Outra questão levantada diz respeito à relação de Lincoln com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA, e ao significativo alcance da procuração concedida a Adelino Rodrigues Junior. Segundo relatos, esta procuração conferia amplos poderes a Adelino, permitindo-lhe movimentar recursos consideráveis da CBPA. Informações revelam que ele enviou R$ 59 mil à esposa do procurador-geral do INSS na época, Virgílio Antônio, e uma quantia maior, de R$ 430 mil, em espécie, a João Victor Fernandes.

Diante da gravidade das acusações e do silêncio prolixo de Lincoln, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana, comentou sobre a situação destacando que “o silêncio também fala”, expressando sua esperança em relação aos direcionamentos futuros da comissão. Viana finalizou sua fala enfatizando a importância de justiça e verdade, lembrando-se dos aposentados, viúvas e órfãos que esperam por respostas e pelo fim da impunidade que, segundo ele, parece ter dominado o cenário atual.

Esse incidente lança uma nova luz sobre o desenrolar da CPMI e levanta questões sobre a transparência e a ética nas relações entre as entidades e seus representantes. A sociedade aguarda os próximos passos dessa investigação crucial.

Sair da versão mobile