SENADO FEDERAL – Pacheco Questiona Lisura das Eleições na Venezuela; Senador Denuncia Falta de Transparência

Em uma nota oficial divulgada na última terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, expressou preocupações sobre a lisura e a transparência do processo eleitoral venezuelano. A declaração vem após a reeleição do presidente Nicolás Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) no domingo, 28. A oposição contestou o resultado e destacou que o CNE não apresentou as atas eleitorais que confirmam os votos obtidos por cada candidato, elemento essencial para a autenticidade do pleito.

Para Pacheco, a transparência e a lisura são pilares fundamentais da democracia, e o governo venezuelano falhou em demonstrar esses valores de maneira clara. Ele enfatizou que violações à democracia devem ser apontadas e combatidas de maneira isenta, sem seletividade. “A luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas. Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for,” afirmou.

A reeleição de Maduro e a contestação por parte da oposição criaram um clima de suspeição em relação ao processo eleitoral. O senador Chico Rodrigues (PSB-RR), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela, acompanhou as eleições em Caracas como observador internacional e concordou com Pacheco. Em entrevista à Rádio Senado, Rodrigues descreveu o ambiente eleitoral como “muito tenso” e ressaltou a falta de transparência nas eleições.

Rodrigues revelou que havia uma expectativa prévia de que o resultado não seria “pacífico e real.” Ele afirmou que os relatórios que serão apresentados pelos observadores internacionais refletem a realidade observada no local: “Não houve transparência para legitimar o processo. As eleições estão sob suspeição”.

O senador também destacou a importância estratégica da Venezuela no cenário geopolítico e pontuou que a legitimação do processo eleitoral é do interesse do Brasil. Para ele, a apresentação das atas das sessões eleitorais é crucial para confirmar a legitimidade do pleito. No entanto, observadores internacionais enfrentaram dificuldades na obtenção dessas atas, e a imediata proclamação dos resultados sem a devida transparência gerou uma “nuvem de dúvidas”, intensificando as reações da oposição.

Rodrigues concluiu que a clarificação do processo eleitoral é essencial para o futuro das relações entre Brasil e Venezuela. “É impossível aceitar que os resultados das eleições no país vizinho não sejam transparentes e legitimados pela opinião pública,” afirmou. Ele assegurou que os observadores internacionais continuarão trabalhando para garantir que esses princípios sejam respeitados, marcando um passo crucial na busca por uma solução pacífica e democrática para a crise eleitoral venezuelana.

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