SENADO FEDERAL – Oposição no Congresso Classifica Medidas do STF contra Bolsonaro como Perseguição Política e Rejeita Recesso Legislativo para Ação Imediata.

Líderes da oposição no Congresso Nacional manifestaram forte descontentamento em relação às medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante uma coletiva de imprensa realizada no Senado na última sexta-feira (18), os parlamentares classificaram as decisões como arbitrárias e autoritárias, afirmando que refletem um “estado de exceção” no país. Entre as restrições impostas, destacam-se a utilização de tornozeleira eletrônica, a proibição de contato com aliados e o banimento do uso de redes sociais.

Os opositores deixaram claro que, na próxima segunda-feira (21), pretendem solicitar formalmente ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, o cancelamento do recesso parlamentar para discutir essa situação. Contudo, logo após a coletiva, Alcolumbre emitiu uma nota confirmando que o recesso de julho será mantido, e as atividades legislativas serão retomadas somente em agosto. Ele ressaltou que, durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, afirmou que a operação da Polícia Federal é uma clara “perseguição política”. Ele destacou que existem sinais de um ambiente onde as liberdades estão sendo violentadas e onde o Congresso se encontra subjugado por outras esferas do poder. Portinho alertou que tal cenário representa um perigo à democracia e à convivência pacífica.

Além disso, outros senadores da oposição, como Jorge Seif, reforçaram essa visão, caracterizando as decisões judiciais como comparáveis a ações de regimes ditatoriais. A percepção entre os opositores é de que o Judiciário estaria utilizando seu poder para reprimir vozes dissidentes e criminalizar opiniões.

Enquanto isso, a situação recebeu contraponto de senadores da base governista. O senador Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT), justificou as ações da Polícia Federal, afirmando que evidências apontam para tentativas de Bolsonaro de evadir a Justiça. A senadora Teresa Leitão também reforçou a necessidade das medidas restritivas em resposta ao risco de fuga do ex-presidente.

Com esse impasse, o cenário político brasileiro acirra-se, evidenciando um ambiente de tensão entre os poderes e acirrando os ânimos entre opositores e defensores do governo. As próximas semanas prometem ser cruciais para o desdobramento dessa crise, refletindo a luta contínua pela definição do papel do Judiciário e do Legislativo em tempos de polarização política.

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