Os opositores deixaram claro que, na próxima segunda-feira (21), pretendem solicitar formalmente ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, o cancelamento do recesso parlamentar para discutir essa situação. Contudo, logo após a coletiva, Alcolumbre emitiu uma nota confirmando que o recesso de julho será mantido, e as atividades legislativas serão retomadas somente em agosto. Ele ressaltou que, durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, afirmou que a operação da Polícia Federal é uma clara “perseguição política”. Ele destacou que existem sinais de um ambiente onde as liberdades estão sendo violentadas e onde o Congresso se encontra subjugado por outras esferas do poder. Portinho alertou que tal cenário representa um perigo à democracia e à convivência pacífica.
Além disso, outros senadores da oposição, como Jorge Seif, reforçaram essa visão, caracterizando as decisões judiciais como comparáveis a ações de regimes ditatoriais. A percepção entre os opositores é de que o Judiciário estaria utilizando seu poder para reprimir vozes dissidentes e criminalizar opiniões.
Enquanto isso, a situação recebeu contraponto de senadores da base governista. O senador Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT), justificou as ações da Polícia Federal, afirmando que evidências apontam para tentativas de Bolsonaro de evadir a Justiça. A senadora Teresa Leitão também reforçou a necessidade das medidas restritivas em resposta ao risco de fuga do ex-presidente.
Com esse impasse, o cenário político brasileiro acirra-se, evidenciando um ambiente de tensão entre os poderes e acirrando os ânimos entre opositores e defensores do governo. As próximas semanas prometem ser cruciais para o desdobramento dessa crise, refletindo a luta contínua pela definição do papel do Judiciário e do Legislativo em tempos de polarização política.