De acordo com os resultados, 40% dos entrevistados não se identificaram com nenhuma dessas categorias pré-definidas, enquanto 29% se consideraram mais à direita, 15% mais à esquerda e 11% mais ao centro. Estes números demonstram uma tendência de distanciamento das polarizações políticas e indicam que os eleitores estão mais preocupados com questões locais e pragmáticas na hora de escolher em quem votar.
A diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes, interpretou os dados como um sinal de que a população brasileira está menos interessada em alinhamentos ideológicos tradicionais e mais focada em resolver problemas práticos do cotidiano.
O coordenador da pesquisa, José Henrique de Oliveira Varanda, reforçou essa análise e ressaltou que, ao contrário do que se poderia esperar em ano de eleições municipais, a polarização ideológica não parece ser o foco dos eleitores em 2024.
Além disso, o estudo revelou que a renda, o gênero e até mesmo a religião dos entrevistados influenciam suas posições políticas. Por exemplo, eleitores com maior renda tendem a se posicionar com mais clareza dentro dos espectros ideológicos, enquanto as mulheres e os menos politizados tendem a se distanciar dessas categorizações tradicionais.
Diante desses dados, surge a reflexão sobre o papel das urnas eletrônicas no sistema eleitoral brasileiro e a confiança que os diferentes grupos políticos depositam nelas. Varanda destacou a disparidade de opiniões entre eleitores de esquerda e de direita em relação à confiabilidade das urnas, indicando um desafio para a democracia brasileira.
Portanto, a pesquisa do DataSenado traz à tona questões importantes sobre a complexidade da identidade política dos cidadãos brasileiros e como essa diversidade de visões pode impactar os resultados das eleições e o cenário político do país.