As mulheres que se encontram nesta situação são conhecidas como “Mães de Sharia”. Elas frequentemente relatam desafios graves na luta pela guarda de seus filhos, enfrentando sistemas judiciais que favorecem os homens. Para essas mães, as dificuldades são multifacetadas; muitas afirmam ter sido vítimas de violência doméstica e enfrentam um ambiente legal que não apenas desconsidera suas experiências, mas também a relevância da maternidade. A senadora Gabrilli enfatizou que o Brasil deve atuar com afinco para melhorar sua posição internacional, sugerindo que isso poderia ser realizado por meio da aplicação da Convenção de Haia de 1980 em países muçulmanos ou a criação de acordos bilaterais que protejam essas mulheres.
Durante a audiência, várias mães compartilharam suas histórias, revelando a solidão e o desespero que enfrentam em busca de apoio consular. Muitas se sentem perdidas dentro de sistemas que não reconhecem seus direitos, levando a altos níveis de estresse e outras questões de saúde mental. A advogada e especialista em direitos humanos, Claudia Grabois, observou que a luta dessas mulheres é frequentemente solitária e desgastante.
Juliana Wahlgren, diretora da Revibra, acrescentou que a situação é ainda mais complicada para as mães não muçulmanas, que frequentemente são vistas como inadequadas nos países de maioria muçulmana. Para elas, a interpretação do “melhor interesse da criança” geralmente não é aplicada de maneira justa, favorecendo em vez disso a perspectiva masculina.
Para concluir, a senadora Gabrilli se comprometeu a coletar os relatos e informações obtidas durante a audiência para fundamentar futuras discussões diplomáticas sobre o tema. Ela reiterou a responsabilidade do Brasil em proteger suas cidadãos e assegurar o bem-estar das crianças brasileiras em situações de vulnerabilidade. A audiência contou com a presença de diversos especialistas que reforçaram a necessidade urgente de atenção a essa questão crítica.









