Luto na arte popular brasileira: Morre aos 88 anos J. Borges, mestre da xilogravura e do cordel
A cultura popular brasileira está de luto. Nesta sexta-feira, 26 de maio, Bezerros, em Pernambuco, viu partir um de seus filhos mais ilustres, o icônico José Francisco Borges, conhecido pelo público como J. Borges. Aos 88 anos, o artista morreu deixando um legado incomensurável para a literatura de cordel e a xilogravura, áreas nas quais se destacou amplamente, tornando-se referência tanto no Brasil quanto no exterior.
J. Borges foi um mestre na arte de retratar o cotidiano, as lendas e o folclore do povo brasileiro. Suas xilogravuras e cordéis são testemunhos vivos de uma cultura riquíssima, expressa através de linhas e versos carregados de autenticidade e emoção. Amigo e protegido artístico de ninguém menos que Ariano Suassuna, Borges não apenas perpetuou a tradição, mas também a reinventou, influenciando gerações de novos artistas.
Nascido e criado em Bezerros, Borges teve uma carreira que extrapolou fronteiras. Suas obras foram aclamadas em exposições internacionais, tendo passado por países da Europa e pelos Estados Unidos, onde também ofereceu cursos e oficinas, disseminando a arte da xilogravura e do cordel e, com isso, a própria cultura brasileira. Entre os admiradores de seu trabalho, não faltam figuras importantes das mais variadas áreas, incluindo políticos, artistas e acadêmicos.
A notícia de sua morte reverberou rapidamente, causando consternação entre admiradores e personalidades. A senadora Teresa Leitão, representante de Pernambuco, foi uma das primeiras a lamentar publicamente o falecimento. Ela destacou a importância de Borges para a cultura nacional, enfatizando a relevância de sua produção artística e o impacto duradouro de seu legado.
A vida e obra de J. Borges são um testemunho exuberante da força e beleza da cultura brasileira. Suas criativas xilogravuras e vibrantes cordéis continuarão inspirando e encantando aqueles que se interessam pela verdadeira alma do Brasil. Em um momento de profunda tristeza, o país se despede de um de seus maiores artistas populares, cujas obras permanecerão como um eterno tributo à rica e diversificada cultura de nossa terra.