A correlação entre as queimadas e a intenção criminosa foi destacada pela chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do DataSenado, Isabela de Souza Lima Campos. Ela ressaltou que a cobertura midiática dos incêndios, aliada à preocupação crescente com questões ambientais e à mobilização de grupos sociais, contribuem para que as pessoas associem os incêndios a atos deliberados de desordem.
A gravidade dos incêndios também foi destacada na pesquisa, com 97% dos entrevistados considerando os incêndios recentes como “muito graves”. Além disso, aproximadamente 25,4 milhões de pessoas relataram ter apresentado problemas de saúde, como asma, bronquite ou pneumonia, nos últimos 30 dias devido à fumaça e poluentes liberados pelos incêndios. Os meses de agosto e setembro deste ano registraram uma quantidade significativa de focos de incêndio, os maiores dos últimos 14 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante desse cenário preocupante, a senadora Leila Barros destacou a urgência de ações do Legislativo para combater os incêndios e proteger o meio ambiente. Ela ressaltou a importância de colocar o meio ambiente no centro da agenda legislativa e promover políticas públicas que visem não apenas à prevenção dos incêndios, mas também à responsabilização dos responsáveis por esses atos criminosos.
Vários projetos de lei estão em análise no Senado com o objetivo de endurecer as punições para os responsáveis pelos incêndios. Propostas como o PL 3.589/2024, do senador Fabiano Contarato, e o PL 3.522/2024, do senador Marcos do Val, buscam aumentar as penas para os criminosos. O PL 3.517/2024, do senador Jader Barbalho, propõe classificar como crime hediondo os incêndios intencionais em áreas rurais. Essas iniciativas demonstram o empenho do Legislativo em combater os incêndios criminosos e proteger o meio ambiente.