Segundo a CNC, o aumento significativo das casas de apostas on-line tem levado a um aumento no endividamento e inadimplência de cerca de 1,3 milhão de brasileiros. O estudo aponta que em 2024, os gastos com apostas eletrônicas podem ter atingido a marca de R$ 40 bilhões, desviando recursos que poderiam ser direcionados para outros setores da economia.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, ressaltou a falta de clareza sobre os benefícios gerados por essas empresas de apostas, destacando que esses gastos estão prejudicando o comércio e os serviços no país. Ele apontou que o cenário de crescimento das apostas on-line está afetando a economia de forma negativa, com uma possível retirada de recursos que poderiam ser investidos em outras áreas.
Outro ponto abordado foi o impacto das apostas eletrônicas nos programas sociais, como o Bolsa Família. De acordo com Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistemas de Pagamento do Banco Central, parte dos recursos dos programas sociais está sendo direcionada para as casas de apostas. Estudos indicam que milhões de beneficiários do Bolsa Família já gastaram bilhões em apostas on-line, o que levanta preocupações sobre o uso inadequado dos recursos destinados aos mais vulneráveis da sociedade.
O Banco Central também realizou análises sobre o perfil dos apostadores, a fim de subsidiar ações de educação financeira. A maioria das transferências para as empresas de apostas é feita por pessoas entre 20 e 40 anos, o que aponta para a necessidade de ações educativas nesse sentido.
Diante dessas informações, a discussão sobre o impacto das apostas eletrônicas na economia e na sociedade brasileira continua em pauta, com a necessidade de medidas regulatórias e de conscientização para lidar com esse cenário complexo.
