A CIDH, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), havia marcado a audiência a pedido de parlamentares brasileiros interessados em denunciar violações à liberdade de expressão no país. Contudo, a agenda foi desmarcada após pressões do governo e de organizações não-governamentais que seriam chamadas para participar.
Girão destacou a estranheza dos acontecimentos, ressaltando que a justificativa fornecida para o adiamento – a visita prevista do relator especial para liberdade de expressão apenas em 2025 – não seria suficiente para cancelar o encontro. Em seu lugar, a CIDH realizou uma reunião privada com os parlamentares no dia 15, o que gerou questionamentos do senador, especialmente em relação à falta de filmagem do encontro.
Durante a reunião, Girão não poupou críticas, questionando as informações repassadas pelo governo brasileiro ao relator especial antes da audiência. Segundo ele, houve alegações de que o ambiente não seria seguro devido à presença de grupos considerados produtores de fake news, o que para o senador é uma estratégia para adiar o debate sobre violações dos direitos humanos no Brasil.
O parlamentar solicitou oficialmente o acesso às correspondências entre a CIDH e o governo, incluindo e-mails e documentos, e adiantou que pretende convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para falar sobre o assunto na Comissão de Direitos Humanos do Senado. A postura de Girão reflete a preocupação com a transparência e o compromisso com a defesa dos direitos humanos no país.