SENADO FEDERAL – Fraudes no INSS: Carlos Lupi e Senado Trocam Acusações em CPI Acirrada Entre Governos de Lula e Bolsonaro

O depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, ocorrido na última segunda-feira (9), acirrou ainda mais a disputa entre governo e oposição sobre a responsabilidade pelas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante o seu testemunho, Lupi se defendeu, negando qualquer envolvimento no esquema e alegando desconhecer a verdadeira magnitude das irregularidades que vêm sendo investigadas.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana, enfatizou que a comissão tem como prioridade a busca pela verdade, evitando transformações do debate em mero discurso político. Ele expressou sua indignação ao afirmar que uma quadrilha poderia estar operando dentro do INSS há um considerável período, ressaltando que perguntas cruciais ainda precisam ser respondidas. Questionou, por exemplo, por que inquéritos da Polícia Federal que já tramitavam há cinco anos foram arquivados sem que ações concretas fossem tomadas.

O clima de tensão se intensificou quando o deputado Paulo Pimenta questionou a presença do senador Rogério Marinho na CPMI, sugerindo que seu passado como secretário especial de Previdência poderia comprometer a imparcialidade da investigação. Marinho, por sua vez, defendeu sua posição, alegando que não era alvo de investigações e que sua exclusão seria uma tentativa política.

As discussões também se concentraram em um documento essencial chamado Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que, segundo Lupi, foram implementados em 1994 e, nas gestões mais recentes, se tornaram um canal propício para a corrupção. Ele revelou que esses acordos permitiam a entidades privadas prestarem serviços ao INSS, o que acabou facilitando a ocorrência de fraudes.

Membros da CPMI questionaram por que esses acordos não foram suspensos imediatamente após a nova gestão assumir, e Lupi tentou justificar que as decisões de nomeação de funcionários e acordos passavam por checagens rigorosas. Entretanto, essa explicação não convenceu os parlamentares, que lembraram que irregularidades foram detectadas desde 2019, caracterizando um problema crônico no sistema.

Como ponto de divergência, alguns senadores, como Izalci Lucas, sustentaram que ações efetivas foram tomadas durante o governo anterior para conter fraudes, enquanto outros, como Jorge Seif, acusaram Lupi de omissão, sugerindo que sua conduta poderia ser classificada como prevaricação.

O depoimento de Lupi, longe de fornecer as respostas esperadas, aprofundou a confusão sobre as responsabilidades e as falhas de gestão que permitiram o avanço das fraudes no INSS, demonstrando a complexidade da situação e os desafios que a comissão terá para esclarecer todos os fatos e responsabilizar adequadamente os envolvidos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo