SENADO FEDERAL – Fortalecimento do SUS e inovação tecnológica são debatidos em audiência sobre saúde e indústria farmacêutica no Brasil. Soberania e inclusão social em foco.

Na última segunda-feira, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado brasileiro realizou uma audiência pública para discutir a importância do fortalecimento da base produtiva e científica nacional para o Sistema Único de Saúde (SUS). Este debate se concentrou nas dificuldades enfrentadas pelo Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na necessidade de incorporar novas tecnologias que possibilitem melhorar a atenção à saúde no país.

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que organizou a reunião, destacou a importância da autonomia do SUS e a capacidade do setor de saúde de se adaptar às demandas do país. Ela enfatizou que inovações promovidas pela indústria farmacêutica são essenciais não apenas para curar doenças, mas também para promover a inclusão social e garantir um atendimento de qualidade.

Durante a audiência, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) expressou sua preocupação com os impactos negativos da corrupção sobre a ciência nacional, ressaltando que a falta de reconhecimento dos cientistas está levando a uma evasão de talentos. “Os maiores gênios estão aqui, mas não estão sendo devidamente valorizados”, afirmou, enfatizando a necessidade de políticas públicas que coloquem os cientistas em destaque.

Leandro Safatle, presidente da Anvisa, participou do encontro por meio de um vídeo, comentando que as tecnologias emergentes representam um desafio para o sistema regulatório. Ele reforçou o compromisso da agência em ser um facilitador do desenvolvimento e inovação da indústria da saúde no Brasil.

Julieta Maria Cardoso Palmeira, da Finep, e Igor Ferreira Bueno, do Departamento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, também contribuíram para a discussão destacando a dependência do Brasil em relação a produtos essenciais de saúde, o que gera vulnerabilidade no comércio. Ambos defenderam a importância de uma base produtiva sólida para transformar essa realidade.

A conversa se estendeu ao papel da indústria na inovação. Norberto Prestes, da Abiquifi, sublinhou que a soberania do país na área da saúde depende da inovação e industrialização, apontando que, apesar da capacidade científica, o Brasil ainda apresenta baixa produção de insumos farmacêuticos.

Bruno Drummond de Freitas, um portador de lesão medular, compartilhou sua experiência positiva com uma substância inovadora desenvolvida no Brasil. Seu testemunho destacou a importância da pesquisa para a vida prática dos cidadãos.

Por fim, a diretora da Interfarma, Helaine Capucho, e outros especialistas reafirmaram que, para que inovações cheguem à população, é fundamental que as barreiras existentes no sistema regulatório sejam removidas. Um ambiente regulatório forte e claro é crucial para garantir que os avanços científicos se traduzam em benefícios reais para a saúde da população brasileira.

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