Um dos principais pontos abordados foi a necessidade de garantir acesso, qualidade da oferta e permanência na educação escolar para esses grupos marginalizados. Os debatedores ressaltaram que é fundamental priorizar políticas públicas específicas e efetivas que estejam alinhadas com a realidade dessas comunidades.
Adriana de Cássia Moreira, coordenadora da União de Núcleos de Educação Popular para Negras e para a Classe Trabalhadora (Uneafro), destacou as desigualdades regionais, socioeconômicas e de raça no acesso à educação no Brasil. Ela enfatizou a importância de considerar a vulnerabilidade dessas populações para superar os desafios de manter as crianças e os jovens na escola.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelaram discrepâncias na matrícula de crianças em creches, com maior proporção de crianças brancas entre os 25% mais ricos. Além disso, a taxa de analfabetismo entre pretos, pardos e indígenas é mais elevada do que entre os brancos, ressaltando a necessidade de políticas de equidade racial.
Os debatedores também enfatizaram a importância da capacitação e manutenção de professores indígenas, quilombolas e do campo, para garantir a redução do fechamento de escolas e combater a evasão escolar. Outro ponto discutido foi a necessidade de oferta de materiais didáticos elaborados a partir da perspectiva dessas comunidades, fortalecendo a autonomia e a sustentabilidade dos processos educacionais.
O novo PNE, que cria 58 metas para os próximos dez anos, visa promover uma educação mais inclusiva e equitativa, com estratégias específicas para atender às necessidades das populações indígenas, negras e quilombolas. A aprovação desse plano é fundamental para avançar na redução das desigualdades educacionais no país.