A CPMI investiga conexões entre Cavalcanti e figuras como o advogado Nelson Wilians e o empresário Maurício Camisotti, todos suspeitos de envolvimento em fraudes dirigidas à aposentados e pensionistas do INSS. Durante a sessão, Cavalcanti negou qualquer vínculo com o esquema e atribuiu sua fortuna à gestão de um escritório de Wilians, negando ser “laranja”. Entretanto, o relator destacou que o estilo de vida ostentatório de Cavalcanti parece ser incompatível com sua renda declarada.
Cavalcanti revelou ter 21 a 23 veículos de luxo registrados em sua empresa de investimentos, incluindo uma Ferrari avaliada em R$ 4 milhões, os quais foram apreendidos pela PF. Além disso, foram confiscados oito relógios de alto valor, somando cerca de R$ 1,3 milhão cada, e uma coleção de vinhos que é avaliada em até R$ 7 milhões. As suspeitas em torno de seu patrimônio são alimentadas por inconsistências e pelo padrão de vida ostentado pelo empresário.
O relator não apenas questionou Cavalcanti sobre seu patrimônio, mas também sobre suas conexões políticas. O empresário admitiu ter laços com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e revelou ter contribuído financeiramente para diversas campanhas eleitorais, tratando tudo como uma prática legítima de apoio a amigos.
Cavalcanti, que começou sua associação com Wilians em 2009 e destaca uma “governança corporativa” iniciada em 2018, alegou que sua saída do escritório foi consensual e decorrente de problemas de saúde, especificamente depressão. Durante a sessão, ele foi enfático ao afirmar que sua riqueza não tem relação com práticas ilícitas, assegurando que suas atividades eram compatíveis com o trabalho empresarial que realizava.
A abordagem da CPMI é centrada em compreender a verdadeira origem da fortuna de Cavalcanti e suas possíveis ligações com ações que prejudicaram o sistema de previdência social. O empresário compareceu ao depoimento exercendo o direito de permanecer em silêncio quando suas respostas poderiam se tornar autoincriminatórias, uma escolha que gera mais questionamentos sobre sua transparência e a situação geral que envolve a operação. A investigação continua, com a sociedade atenta ao desenrolar dos acontecimentos, em busca de esclarecimentos acerca de um dos maiores escândalos de fraudes no Brasil.