O advento da tecnologia e a crescente digitalização das relações interpessoais e comerciais têm gerado a necessidade de adaptação das normas jurídicas, que até então estavam centradas em interações mais tradicionais. Durante a audiência, especialistas e membros da comissão expressaram diferentes opiniões sobre como as leis devem se adaptar a esse novo contexto. Alguns defendem uma regulamentação mais rigorosa para proteger os direitos dos usuários e das empresas, enquanto outros alertam para o risco de uma excessiva burocratização que poderia inibir a inovação.
Os participantes da audiência destacaram ainda a importância de definir claramente o status jurídico das entidades digitais, o que é fundamental para assegurar a responsabilização em casos de disputas ou conflitos. As questões em jogo incluem a proteção de dados pessoais, a responsabilidade civil em transações digitais e até mesmo os direitos e deveres das inteligências artificiais.
A discussão sobre as “situações jurídicas digitais” não é apenas uma reflexão sobre o presente, mas também uma antecipação do futuro das relações sociais e comerciais. O Código Civil, como um instrumento de regulamentação fundamental, precisa ser capaz de incorporar as nuances do mundo digital, garantindo não apenas a segurança jurídica, mas também a promoção de um ambiente propício ao desenvolvimento tecnológico e à proteção dos cidadãos.
À medida que as audiências públicas prosseguem, a expectativa é que o projeto continue a ser debatido de forma ampla e plural, buscando sempre um equilíbrio entre inovação e proteção legal, em um cenário em constante evolução.
