Até o momento, desde o início da conferência em 10 de novembro, senadores têm se envolvido ativamente nas discussões. O senador Beto Faro (PT-PA) enfatizou a relevância do evento ter sido chamado de “COP da Verdade” pelo presidente da República. Ele alertou sobre o risco do descrédito das informações e ressaltou a importância de resultados claros e negociações transparentes.
A consultora em meio ambiente do Senado, Laís Sacramento, sublinha que a desinformação climática é um problema global, frequentemente alimentado por temas polarizados e divergências ideológicas. Para ela, é essencial que as pessoas sejam cautelosas ao compartilhar informações, indicando a necessidade de verificar a credibilidade da fonte e do meio de comunicação.
Outro destaque na discussão sobre desinformação surgiu com a pesquisa da professora Cris Cirino, da Universidade Federal do Pará, que investigou narrativas equivocadas sobre as queimadas na Amazônia. Segundo ela, a percepção popular da região frequentemente é distorcida, sendo vista como um espaço “inóspito” que deve ser desenvolvido. Sua análise de mais de dois mil vídeos publicados no YouTube revelou a disseminação de mitos, como a crença de que “a Amazônia não pega fogo porque é úmida”.
Cirino também observou que a desinformação climática muitas vezes é impulsionada por apelos emocionais. Durante a pandemia, por exemplo, falsas informações sobre vacinas geraram medo em comunidades vulneráveis. Para a pesquisadora, discutir a Amazônia é uma missão que a motiva profundamente.
Na conferência, a atuação dos senadores, embora não sejam chefes de Estado, é vital, pois a implementação das negociações depende diretamente de suas ações legislativas. Os desdobramentos da COP terão um impacto significativo nas políticas públicas e na elaboração de novas leis.
Para combater a desinformação climática, tanto Cirino quanto Sacramento defendem uma abordagem crítica e informada. Recomendações incluem verificar a fonte da informação, comparar dados entre diferentes veículos de comunicação, evitar conteúdos sensacionalistas e refletir cuidadosamente antes de compartilhar. Essa cautela é fundamental para conter a proliferação de informações enganosas, contribuindo assim para um debate mais saudável e fundamentado sobre questões climáticas.
