Durante a audiência, o presidente do CCS, Miguel Matos, expressou uma preocupação em relação à inclusão de telespectadores menos familiarizados com o ambiente digital nesse novo processo. Ele destacou que pessoas mais velhas ou menos habituadas podem ser excluídas, já que o modelo da DTV+ apresentado durante a audiência parecia difícil para os não familiarizados.
Outra questão levantada durante a audiência foi a importância de garantir a proeminência dos serviços de televisão aberta em relação às plataformas de streaming. João Camilo Júnior, representante das empresas de televisão, ressaltou a necessidade de facilitar o acesso à TV aberta, tornando-o simples e direto para todas as faixas etárias.
A discussão também abordou a privacidade dos dados dos usuários compartilhados pelas emissoras de TV. A conselheira Maria José Braga alertou para os riscos de criação de “bolhas de conteúdo” que podem comprometer o debate público de ideias e a diversidade de opiniões.
O diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado, destacou a necessidade de equilíbrio entre a TV brasileira e as plataformas de streaming, a fim de evitar uma desvantagem competitiva para a televisão aberta. Já Sergio Santoro, coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD, enfatizou a importância da DTV+ para garantir a sobrevivência e sustentabilidade das empresas de radiodifusão em um cenário cada vez mais dominado pelas plataformas de conteúdo sob demanda.
Assim, a discussão em torno da TV 3.0 ou DTV+ evidencia a necessidade de garantir a inclusão de todos os telespectadores, preservar a privacidade dos dados dos usuários e manter a relevância da televisão aberta diante das transformações tecnológicas do mercado audiovisual.