Flavio Haruo Mathuiy, assessor da comissão do governo brasileiro para assuntos relacionados à IMO, destacou a importância de o Brasil elaborar um plano nacional para a transição energética rumo à descarbonização do transporte marítimo. Ele ressaltou que a IMO é uma agência especializada da ONU composta por 176 países-membros e três associados, com participação de diversas organizações não governamentais e intergovernamentais.
A nova estratégia da IMO, aprovada em 2023, estabelece metas bastante exigentes, com pontos de verificação em 2030 e 2040, visando alcançar emissões absolutas líquidas zero até 2050. Essa transição exigirá a redução significativa das emissões dos navios, o que impactará diretamente o transporte de cargas, sobretudo no Brasil, um dos maiores exportadores do mundo.
A coordenadora-geral de Navegação Marítima do Ministério de Portos e Aeroportos, Bruna Roncel de Oliveira, destacou a necessidade de o Brasil adotar uma coordenação nacional para as iniciativas de transição energética, a fim de garantir a sustentabilidade e a competitividade no comércio internacional. Ela ressaltou a importância de incentivos fiscais e financeiros para favorecer a adoção de combustíveis mais limpos e a modernização da infraestrutura portuária.
Além disso, Elisa Salomão Lage, do BNDES, mencionou a importância do banco no financiamento de projetos que visam a redução de emissões de gases de efeito estufa no setor marítimo, promovendo ações em consonância com as metas estabelecidas pela IMO.
Diante do desafio da descarbonização do transporte marítimo, o Brasil precisará investir em modernização dos portos, adaptação de motores de navios e ampliação da infraestrutura ferroviária. A integração e coordenação de todas as iniciativas ministeriais são fundamentais para garantir uma transição energética eficiente e sustentável no país.