Iniciando suas atividades em 2005, a primeira pesquisa sobre a violência contra a mulher, realizada pelo DataSenado, ajudou a fundamentar a discussão em torno da Lei Maria da Penha, promulgada em 2006 e reconhecida internacionalmente como um marco na proteção dos direitos das mulheres. Desde então, o instituto já entrevistou mais de 4,7 milhões de cidadãos e executou mais de 500 pesquisas abrangendo temas variados.
Durante a sessão, a senadora Leila Barros (PDT-DF) leu um discurso que enfatizava o papel vital do DataSenado como elo entre a legislação e a sociedade. A senadora Augusta Brito (PT-CE) também destacou a relevância das estatísticas da pesquisa como uma ferramenta para entender a violência de gênero sob a perspectiva da “misoginia estrutural”, ressaltando os avanços e as lutas passadas.
A edição de 2025 introduziu importantes inovações, coletando dados sobre violência testemunhada, agressões digitais e as razões pelas quais muitas mulheres não denunciam os agressores. Marcos Ruben de Oliveira, coordenador do DataSenado, levou ao público as principais conclusões da pesquisa, enfatizando a evolução contínua na metodologia utilizada. Ele sublinhou a importância da conscientização, ressaltando que o reconhecimento da violência vivida é um passo fundamental para que as mulheres busquem ajuda.
A secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Estela Bezerra, representando o Ministério das Mulheres, trouxe à tona a alarmante constatação de que 71% das mulheres agredidas o são na presença de outras pessoas, um fator que amplia o impacto da violência nas crianças e adolescentes que testemunham esses atos.
Elga Lopes, ex-diretora de Transparência do Senado, reconheceu a pesquisa como uma fonte essencial de dados ao longo de suas duas décadas. Para ela, os altos padrões técnicos do DataSenado e a proteção contra influências políticas reforçam a seriedade das informações obtidas. Já Maria Teresa Firmino Prado Mauro, coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência, elencou a plataforma Mapa Nacional da Violência de Gênero, que integra dados das pesquisas com informações de fontes oficiais.
O evento também contou com uma mensagem gravada do ex-presidente do Senado, José Sarney, que elogiou o papel do DataSenado na modernização da atividade legislativa. Marcos André Bezerra Mesquita, coordenador-geral da Secretaria de Transparência do Senado, expressou orgulho em fazer parte de uma equipe que busca impactar positivamente a vida das pessoas. Representando o Instituto Natura, Beatriz Accioly Lins destacou que a continuidade e a memória nas metodologias da pesquisa são fundamentais, e Ana Maria Nogales, professora da Universidade de Brasília, reafirmou a importância da abrangência nacional dos dados coletados.
Assim, a celebração dos 20 anos do DataSenado não apenas lembra os avanços realizados, mas também reforça a necessidade de um compromisso contínuo na luta contra a violência de gênero e na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.









