SENADO FEDERAL – Data Centers no Brasil: Desafios e Oportunidades para Eficiência Energética e Desenvolvimento da Inteligência Artificial em Debate no Senado

Nos últimos dias, o Congresso Nacional, especificamente a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, tem se dedicado a discutir os impactos ambientais e tecnológicos gerados pela pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial (IA), destacando o elevado consumo de energia elétrica desses processos. Nesse cenário, especialistas enfatizam a urgência de uma regulamentação que aborde a operação de data centers, locais essenciais para o armazenamento e processamento de dados, que são cruciais para diversas áreas como telecomunicações e desenvolvimento de software.

Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 160 data centers, localizados em sua maioria na Região Sudeste. De acordo com os especialistas, a implementação de normas específicas para esses centros não apenas promoverá o crescimento econômico, mas também impulsionará o desenvolvimento da inteligência artificial em setores variados. Os especialistas destacam que o Brasil possui um potencial energético significativo, especialmente com fontes renováveis, que podem tornar o país um protagonista no cenário global.

Em meio a essas discussões, destaca-se o Projeto de Lei 3.018/2024, de autoria do senador Styvenson Valentim, que visa estabelecer diretrizes para o funcionamento dos data centers voltados para a IA, priorizando a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental. O projeto reconhece a rápida evolução do setor e os desafios que surgem, como o elevado consumo de energia e a segurança cibernética.

A implementação desses centros é vista como vital para a criação de empregos qualificados. O presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Affonso Parga Nina, argumentou que a falta de infraestrutura ideal no Brasil poderia comprometer a manutenção de empregos no setor, que já emprega mais de 2 milhões de pessoas e oferece salários superiores à média nacional.

A discussão sobre eficiência operacional continua a ganhar destaque, com a afirmação do presidente da Associação Brasileira de Data Centers, Renan Lima Alves, de que a sustentabilidade não é mais um diferencial, mas uma necessidade para a competitividade do setor. A diretora do Departamento de Transformação Digital do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Cristiane Vianna Rauen, observou que 25% do PIB mundial é gerado por dados, ressaltando a importância dos data centers nesse ecossistema.

Com a urgência em promover um marco jurídico estável, a presença de várias entidades no debate, incluindo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, reafirma a necessidade de uma regulamentação que assegure a proteção de dados e a segurança jurídica, fundamentais para atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento tecnológico.

A interação entre os senadores e os representantes das associações durante essas audiências mostra um esforço conjunto para alinhar as políticas públicas com as demandas do setor tecnológico, visando um crescimento sustentável e inovador no Brasil. A expectativa é que a regulamentação proposta pelo PL 3.018/2024 crie um ambiente propício para o desenvolvimento de data centers sustentáveis, alinhando tecnologia à responsabilidade ambiental.

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