Esse cenário de crescimento lento pode impactar diretamente no mercado de trabalho e na renda da população, gerando preocupações sobre a capacidade de criação de novos empregos e de aumento da remuneração. Por outro lado, o relatório aponta uma tendência de diminuição da inflação, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para fechar 2025 em 4,3%, caindo para 3,9% em 2026 e podendo chegar a 3% em 2027. Isso oferece um panorama de alívio para os consumidores, com a expectativa de que a pressão sobre os preços de itens essenciais, como medicamentos, educação e alimentação, diminua.
No contexto de política monetária, a elevada taxa de juros atualmente praticada pelo Banco Central é reconhecida por sua eficácia em controlar a inflação, embora represente um entrave para o crescimento econômico a curto prazo. Com a marcha em direção a uma inflação mais controlada, espera-se que o Banco Central tenha condições de reduzir gradualmente a Selic, o que pode facilitar financiamentos para famílias e empresas, além de obras públicas essenciais.
Entretanto, o relatório também destaca um desafio premente: o aumento das despesas obrigatórias, que continua a pressionar a dívida pública e limita o espaço fiscal do governo. O déficit primário projetado para 2026 é alarmante, com estimativas em R$ 90,6 bilhões negativos. Isso evidencia a urgência de um ajuste fiscal consistente, conforme sugerido pela IFI, que ressaltou a necessidade de mudanças estruturais para garantir a sustentabilidade das contas públicas e estimular o crescimento a longo prazo.
Em um contexto em que mais de R$ 170 bilhões em despesas foram excluídas dos limites fiscais, a credibilidade da nova estrutura fiscal pode estar em risco. Embora essas exceções oferecem respiro temporário, elas também podem deteriorar a percepção de compromisso dos gestores com a saúde financeira do país.
Se a trajetória da economia seguir a tendência de desaceleração projetada, isso poderá complicar ainda mais a expansão dos serviços públicos. Setores essenciais como saúde e educação podem sofrer com restrições orçamentárias, dificultando a melhoria das infraestruturas necessárias para atender à população. Portanto, a necessidade de um ajustamento fiscal robusto e bem planejado é mais do que urgente; é vital para o futuro econômico do Brasil.
