SENADO FEDERAL – CPMI do INSS revela falhas graves na corrupção e pressiona convocados para depoimentos, visando esclarecer esquema de fraude milionário com aposentados.

Na manhã desta quarta-feira, 2 de outubro, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS, concedeu declarações à imprensa após o depoimento do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho. Viana destacou a gravidade das informações apresentadas pelo ministro, que evidenciam falhas significativas nos mecanismos de controle contra a corrupção no Brasil.

Durante a audiência, que teve início às 10h30, Viana frisou que os dados expostos por Carvalho revelam uma clara ineficiência dos órgãos responsáveis pela fiscalização, principalmente na Previdência. Segundo o senador, se as falhas relacionadas aos acordos de cooperação técnica (ACTs) e os descontos indevidos tivessem sido evitadas, bilhões poderiam ter sido preservados, poupando aposentados e pensionistas de prejuízos.

O senador lembrou que as primeiras denúncias de fraudes começaram a surgir em 2016, mas ganharam notoriedade a partir de 2019, o que, em sua avaliação, se deve a uma combinação de burocracia excessiva, influência política e falta de controle efetivo. Essa confluência de fatores resultou em um rombo que chega a cifras bilionárias.

Além disso, Viana demonstrou expectativa de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, permita que a CPMI ouça o empresário Maurício Camisotti, atualmente preso e vinculado a investigações por supostamente ser parceiro oculto em esquemas fraudulentos. Camisotti também é creditado como cúmplice de Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

O presidente da CPMI enfatizou a importância de ouvir Camisotti, independentemente da necessidade de deslocamento até a sede da Polícia Federal, caso a colaboração não seja facilitada. Viana abordou também a cooperação de outros convocados para depor, observando que, apesar das tentativas de contato pela secretaria da comissão, alguns estão relutantes em agendar as audiências.

Face a essa resistência, o senador alertou que pode acionar a Advocacia do Senado para buscar conduções coercitivas a partir da próxima semana. Viana afirmou que todos os convocados devem comparecer e colaborar, destacando que aqueles que mentirem durante os depoimentos poderão enfrentar medidas jurídicas severas, incluindo a possibilidade de prisão. O cenário que se desenha é um chamado à responsabilidade e um posicionamento firme da CPMI em busca de esclarecimentos necessários sobre as fraudes no INSS.

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