Com a conclusão deste depoimento, a CPMI se prepara para novas audiências programadas. Na próxima segunda-feira, os membros da comissão devem ouvir Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), além do empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti. Essas convocações foram confirmadas pelo presidente da CPMI, o senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais.
A Conafer tem sido alvo de pesquisa pela Polícia Federal devido ao elevado volume de descontos nas mensalidades dos aposentados, sendo este um dos pontos centrais da investigação. De acordo com o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, o crescimento significativo na arrecadação da Confederação, que saltou de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões, coincide com um aumento nos descontos considerados indevidos nos benefícios de muitos segurados.
Além disso, Fernando Cavalcanti é mencionado na investigação como ex-sócio do advogado Nelson Wilians Rodrigues, cuja prisão preventiva foi autorizada pela CPMI na mesma sessão. Cavalcanti é suspeito de ter laços com Antônio Carlos Camilo Antunes, o que justifica sua convocação para prestar depoimento. O relator enfatiza a relevância da colaboração de Cavalcanti nas investigações, dado seu envolvimento em estruturas societárias ligadas a Wilians e sua proximidade com o “Careca do INSS”.
Esses novos depoimentos prometem avançar as investigações e trazer à tona mais detalhes sobre as fraudes que podem estar ocorrendo no sistema de benefícios previdenciários, trazendo à cúpula da CPMI a responsabilidade de elucidar a situação em um contexto de crescente preocupação pública. A partir dessas audiências, a comissão espera reunir informações mais concretas que contribuam para a responsabilização dos envolvidos e para a proteção dos direitos dos segurados do INSS.