SENADO FEDERAL – CPI do Crime Organizado é instalada para investigar milícias e facções após operação letal no Rio de Janeiro, promete Davi Alcolumbre.

No próximo dia 4 de outubro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será oficialmente instalada no Senado Federal. A informação foi confirmada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que revelou ter chegado a um acordo sobre a criação da comissão com o senador Alessandro Vieira. O propósito da CPI é investigar a estrutura, a expansão e a operação de organizações criminosas no Brasil, com um foco específico na atuação de milícias e facções envolvidas em atividades ilícitas.

Em suas redes sociais, Alcolumbre ressaltou a urgência de enfrentar esses grupos que têm garantido a sua presença em diversas regiões do país. Para ele, é fundamental que todas as instituições brasileiras se unam para garantir a proteção da população contra a crescente violência associada ao crime organizado. A decisão de avançar com a CPI ocorre em um momento crítico, após uma operação policial de grande escala nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, recentemente, que resultou em mais de 100 prisões e 119 mortes.

Entretanto, a discussão sobre segurança pública está longe de ser consensual. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, criticou o governo federal por, segundo ele, ignorar os pedidos do governo fluminense para uma ação mais efetiva no combate ao crime. Marinho se mostrou cético em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, argumentando que a medida daria ao governo federal um controle excessivo, em vez de resolver os problemas estruturais da segurança no estado.

Ele ainda fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, insinuando que a abordagem do governo é mais favorável aos criminosos do que à proteção da sociedade. Marinho enfatizou que a situação do Rio representa apenas uma parte de um problema muito maior, e lamentou as consequências letais das operações. Seu colega, senador Izalci Lucas, também expressou sua preocupação, afirmando que a falta de uma política de segurança pública efetiva contribui para a expansão do tráfico de drogas e da violência.

Por outro lado, figuras da ala governista, como a senadora Teresa Leitão, defenderam a necessidade urgente de aprovar a PEC da Segurança, destacando que a população trabalhadora que vive em áreas afetadas pelo crime organizado enfrenta um cotidiano de insegurança e pavor. Leitão ressaltou a importância de garantir a vida e a segurança de todos os cidadãos, condenando a banalização da morte e do terror.

Enquanto isso, o senador Humberto Costa alertou que a população do Rio de Janeiro não pode se tornar refém de uma narrativa que mascara o verdadeiro estado de segurança no estado. Ele criticou a gestão estadual, dizendo que, enquanto a situação se agrava, o governo se perde em discursos, falhando em proteger os mais vulneráveis. A instalação da CPI do Crime Organizado, portanto, poderá ser um importante passo na busca por soluções que efetivamente combinem esforços em prol da segurança pública no Brasil.

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