Kajuru e Girão consideram imperativo o depoimento de Paquetá, fundamentando-se em reportagens que sugerem que o jogador foi denunciado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) por má conduta ligada a apostas em quatro jogos da Premier League. Nos requerimentos, os senadores destacam a acusação formal de que Paquetá teria forçado cartões amarelos em quatro partidas entre novembro de 2022 e agosto de 2023, com a finalidade de manipular apostas. A repercussão no Brasil foi significativa, sobretudo na ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, onde diversos apostadores lucraram com os cartões amarelos do jogador, segundo Kajuru.
A data para o depoimento de Paquetá ainda não foi agendada. No entanto, os trabalhos da CPI estão previstos para continuar até dezembro. Kajuru afirmou que novos documentos da Receita Federal e da Polícia Federal, além de informações sobre mais de 300 partidas suspeitas de manipulação, justificam a prorrogação da CPI. Inicialmente estabelecida em 10 de abril com um prazo de 180 dias, a comissão tem como missão investigar denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
Kajuru ressaltou que até o momento, a empresa Esporte Radar, contratada pela CBF, confirmou a manipulação em 109 partidas, mas há suspeitas sobre outras 200 partidas realizadas desde 2020.
Além de investigar as fraudes, a CPI também ouviu depoimentos de várias figuras do futebol, incluindo a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o proprietário do Botafogo, John Textor. Essas personalidades foram convocadas para contribuir com esclarecimentos sobre o tema.
Em 11 de junho, o procurador-geral do Ministério Público de Goiás, Cyro Terra Peres, junto com o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto, revelou que jogadores foram subornados para receber propositalmente cartões em campo. A Operação Penalidade Máxima, que apura essas irregularidades, investiga um grupo acusado de pagar propina para que jogadores tomassem punições deliberadamente. As indagações começaram após uma denúncia de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol Clube, sobre manipulações em três jogos da Série B do Campeonato Brasileiro.
Os depoentes também indicaram que atletas recebiam até R$ 500 mil para influenciar resultados temporários de jogos, reforçando a gravidade das acusações. A comissão ainda ouviu relatos de membros da CBF, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), árbitros de campo e VAR, e dirigentes de clubes, evidenciando o amplo espectro das investigações.









