O parlamentar destacou a grave situação socioeconômica vivida pela população amazônica. Ele sublinhou que entre 9 a 10 milhões de pessoas na região não têm renda suficiente para adquirir uma cesta básica, apontando que o Amazonas, apesar de ser o maior estado da federação e rico em recursos minerais, tem 58% de sua população vivendo em condições de pobreza. Para Valério, os resultados das COPs anteriores demonstram um ciclo de promessas não cumpridas, citando o Acordo de Paris, que envolveu 190 países em um compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5°C e criar um fundo de 100 bilhões de dólares anuais, cujo impacto prático, segundo ele, efetivamente não se materializou.
Além disso, o senador criticou a proposta brasileira de um Fundo Florestas Tropicais para Sempre (FTTT), a qual foi apresentada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Valério questionou a transparência em relação aos recursos que sustentariam essa iniciativa e destacou que a proposta falha em considerar a urgência de gerar emprego e renda para a população local. Ele enfatizou que os investimentos anunciados pela COP não têm chegado àqueles que realmente precisam, perpetuando um cenário de pobreza e escassez de infraestrutura.
“Estão nos condenando a uma pobreza eterna”, afirmou Valério, expressando indignação ao perceber que as soluções apresentadas muitas vezes sobrecarregam a responsabilidade sobre os moradores da Amazônia. Ele concluiu seu discurso afirmando que, diante da hipocrisia que observa, não se sente responsável por salvar o planeta, já que muitos que clamam por ação são os mesmos que exploram a região rica em recursos naturais.
