O relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, criticou a medida proposta pelo governo, afirmando que o Congresso Nacional não pode permitir a criação de uma polícia de forma unilateral, sem a devida participação legislativa. Para Marinho, essa ação do Executivo pode gerar consequências negativas, especialmente em relação aos direitos dos povos indígenas e à autonomia da Funai.
Por outro lado, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, apresentou outra perspectiva a respeito do decreto. Ele elucidou que a regulamentação em questão não surgiu de uma vontade espontânea do Executivo, mas sim como um cumprimento de uma decisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Paim sublinhou a importância de se respeitar as diretrizes estabelecidas pela mais alta corte do país, enfatizando que o decreto da Funai está alinhado com a jurisprudência vigente e tem como objetivo garantir a ordem e a proteção das terras indígenas.
A discussão em torno do projeto de decreto legislativo intensifica um debate já existente sobre o papel da Funai e das políticas públicas direcionadas à proteção dos direitos indígenas no Brasil. A análise da CCJ será fundamental para determinar a continuidade ou a suspensão do decreto, refletindo a polarização das opiniões sobre o assunto. Com a tramitação do projeto, o Senado se coloca em uma posição crítica em relação à dinâmica entre os poderes Executivo e Legislativo, assim como à interpretação das decisões judiciais que impactam diretamente a vida dos povos indígenas e as políticas ambientais no país. A decisão final poderá ter repercussões significativas, não apenas para a gestão da Funai, mas também para as relações entre o governo e as comunidades indígenas.