Durante a audiência, os participantes criticaram a maneira como as apreensões são efetuadas. Um dos principais pontos de debate foi a ausência de notificação prévia aos produtores de gado antes das operações de apreensão. Os agricultores argumentaram que as ações do Ibama geram não apenas insegurança jurídica, mas também prejuízos financeiros consideráveis, uma vez que os produtores frequentemente não têm a oportunidade de defender suas propriedades e seus rebanhos antes da execução das medidas.
Além disso, os representantes do setor trouxeram à tona a falta de laudos sanitários que justifiquem a apreensão dos animais. Para muitos, isso implica em uma incerteza sobre as condições de saúde e, consequentemente, sobre o destino dos rebanhos. O Ibama, por sua vez, defendeu que suas medidas visam proteger o meio ambiente e combater o desmatamento, afirmando que as ações são fundamentadas em critérios técnicos robustos e em conformidade com a legislação vigente.
Os senadores presentes na audiência não apenas pediram uma revisão dos procedimentos adotados pelo Ibama, mas também enfatizaram a necessidade de maior transparência nas operações realizadas pelo órgão. Além disso, questionaram sobre o estado das Unidades de Conservação que ainda não foram implementadas, sugerindo que uma ação mais coordenada poderia beneficiar tanto a preservação ambiental quanto os interesses dos produtores rurais.
O embate entre a preservação ambiental e as atividades agropecuárias, especialmente em áreas sensíveis como a Amazônia, continua a ser um tema de intensa discussão no Brasil. As opiniões divergentes expressam a complexidade da realidade rural brasileira, onde a busca por sustentabilidade ambiental muitas vezes esbarra nos direitos e necessidades dos produtores locais.