O foco do debate será particularmente voltado para a exploração de recursos minerais estratégicos na região conhecida como Margem Equatorial. Esta faixa marítima se estende desde a foz do Rio Oiapoque, no Amapá, até o litoral norte do Rio Grande do Norte. A ampliação da plataforma continental, que ultrapassa as 200 milhas náuticas anteriormente reconhecidas na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), cria novas oportunidades econômicas, permitindo que o Brasil explore os recursos do leito marinho e do subsolo, incluindo petróleo, gás natural e minerais raros.
A organização da audiência é uma iniciativa dos senadores Beto Faro (PT-PA) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que enfatizam a importância desse debate como um marco para o desenvolvimento sustentável do país. Segundo eles, é necessário um planejamento técnico, jurídico e institucional que esteja à altura das novas responsabilidades que surgem com essa ampliação.
Dentre os convidados para participar do evento estão representantes da Marinha, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério de Minas e Energia, da Petrobras e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A participação de diversas entidades revela a relevância do tema, que abrange diversas áreas do conhecimento e da atuação governamental.
É importante destacar que, apesar da ampliação da área reconhecida pela ONU, ela não coincide com a região onde a Petrobras busca licença para perfuração de petróleo. O interesse da estatal se concentra em uma zona já integrada às 200 milhas náuticas da plataforma continental previamente sob jurisdição brasileira.
A audiência será interativa, permitindo que os cidadãos enviem perguntas e comentários por meio do telefone da Ouvidoria do Senado ou através do Portal e-Cidadania, que também oferece a possibilidade de interação ao vivo durante o evento. Os cidadãos que participarem receberão uma declaração que pode ser usada como hora de atividade complementar em cursos universitários, além de terem a chance de dar suas opiniões sobre projetos em tramitação e sugerir novas legislações. A presidência da CDR é de responsabilidade da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), que também desempenhará um papel relevante na mediação do debate.