SENADO FEDERAL – Comissão aprova projeto que libera INPI do bloqueio de gastos, impulsionando indústria e inovação no Brasil, mas gera controvérsia no Congresso.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, na última terça-feira (7), um projeto de lei que visa retirar o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) da lista de instituições sujeitas ao bloqueio de gastos. O projeto agora aguarda apreciação no Plenário, onde será discutida a urgência de sua votação.

O bloqueio de empenhos é uma ferramenta do governo destinada a controlar despesas e equilibrar as contas públicas, especialmente em situações de risco quanto ao cumprimento das metas fiscais. O relator da proposta, senador Mecias de Jesus, do Republicanos de Roraima, defende que a liberação total dos recursos para o INPI será crucial para fortalecer a indústria e fomentar a inovação no Brasil. Ele argumenta que a falta de acesso ágil aos recursos financeiros impede que a autarquia registre e patenteie inovações brasileiras de maneira eficiente.

De acordo com o senador, o INPI recebe, em média, 500 mil pedidos de registro de marcas e 25 mil patentes anualmente. No entanto, ele destaca que o orçamento atual da instituição se mostra limitado, tendo cerca de R$ 400 milhões por ano sujeitos a essa limitação de empenho. O autor do projeto, senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, acrescenta que a morosidade no processo de concessão de patentes leva muitos inventores brasileiros a buscar proteção de suas invenções em outros países.

Apesar do apoio à matéria, há discordâncias. O senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, expressou preocupações sobre a possibilidade de veto por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que acredita que fortalecer o INPI deve ser parte de uma abordagem orçamentária mais ampla. Ele pondera que o governo deve manter a capacidade de realizar cortes de gastos conforme necessário.

Além disso, o senador Esperidião Amin, do PP de Santa Catarina, manifestou receios de que a aprovação do projeto crie um precedente para que outras instituições busquem também isenções do bloqueio, o que poderia sobrecarregar as contas públicas. A proposta em questão altera a Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo que o INPI fique isento de congelamentos orçamentários em caráter permanente.

O INPI, que foi criado em 1970 e está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), é responsável por regular a propriedade industrial no Brasil. Suas atribuições incluem o registro de marcas, desenhos industriais e concessões de patentes, bem como a averbação de contratos de franquia e transferência de tecnologia.

A CAE também se dedicou a aprovar a realização de audiências públicas para discutir questões relacionadas ao custeio de perdas de energia na distribuição, além da destinação de recursos do Sistema S para a reabilitação profissional de trabalhadores. Contudo, diversas votações em pauta foram adiadas, incluindo projetos que visam criar auxílios e passes livres, refletindo a complexidade e a dinâmica do cenário legislativo atual.

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