SENADO FEDERAL – Comissão aprova projeto que inclui mulheres indígenas em planos de combate à violência doméstica, agora na Câmara dos Deputados para análise final.

Na última quarta-feira, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) deu um passo significativo na luta contra a violência doméstica ao aprovar, em caráter terminativo, um projeto de lei que visa incluir mulheres indígenas e de comunidades tradicionais nos planos de enfrentamento à violência. O projeto, que agora segue para análise na Câmara dos Deputados, é uma iniciativa da senadora Damares Alves, presidente da CDH, e recebeu um parecer favorável do senador Zequinha Marinho.

Esta proposta altera a Lei 14.899, de 2024, que estabelece diretrizes para a criação de planos de metas destinados ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Um dos principais objetivos do novo texto é assegurar que as especificidades socioculturais das mulheres indígenas e das comunidades tradicionais sejam consideradas, refletindo a diversidade e a complexidade dessas realidades. A senadora Damares Alves ressaltou a necessidade de visibilidade para essas mulheres, que muitas vezes estão à margem das políticas de proteção existentes, enfrentando uma forma alarmante de invisibilidade em relação ao enfrentamento da violência física, sexual e psicológica.

O projeto avança ao exigir que os órgãos responsáveis pela política indigenista e pelas políticas de proteção às mulheres das comunidades tradicionais participem da elaboração dos planos de enfrentamento. Essa colaboração busca garantir que as soluções propostas reflitam as necessidades e realidades vivenciadas por esses grupos, que frequentemente têm suas especificidades ignoradas nas abordagens políticas atuais.

O relator Zequinha Marinho também enfatizou em seu parecer a gravidade da situação enfrentada por essas mulheres, que são frequentemente alvo de violências de gênero e outras formas de opressão. A sua análise sugere que a falta de reconhecimento e de políticas públicas eficazes para estes grupos não só ignora uma questão social urgente, mas também compromete a efetividade das ações propostas para o combate à violência.

A discussão e a aprovação deste projeto representam um importante avanço no reconhecimento dos direitos e na proteção de mulheres que, por histórico colonial e social, ainda enfrentam serias dificuldades e desafios. A tramitação na Câmara dos Deputados agora será um momento crucial para que essa proposta ganhe força e possa, efetivamente, transformar as vidas de muitas mulheres nas diversas realidades do Brasil.

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