SENADO FEDERAL – Cícero Santos Admitiu à CPMI que Movimentou R$ 300 Milhões e Nega Envolvimento em Fraudes do INSS com a Conafer

Na audiência da CPMI do INSS, realizada nesta quinta-feira, Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário envolvido no escândalo, admitiu que estabeleceu empresas para fornecer serviços à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O depoimento gerou forte repercussão entre os parlamentares, especialmente para o presidente da comissão, o senador Carlos Viana, que afirmou que o depoente reconheceu ter recebido e repassado a quantia de R$ 300 milhões.

O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar, acusou a Conafer de transferir montantes expressivos para as empresas de Cícero e sua esposa. Apesar disso, o empresário negou ser um “laranja” ou atuar como figura central em um esquema de fraudes no INSS. Ele sustentou ter rompido laços com a Conafer e que não presta mais serviços à entidade, argumentando que não tinha conhecimento de irregularidades nas movimentações financeiras que conduzia. Cícero expressou sua preocupação com a maneira como estava sendo retratado na mídia, negando qualquer envolvimento com atividades ilícitas.

Questionado sobre sua situação financeira, Cícero revelou que, até a Operação Sem Desconto da Polícia Federal, sua renda era de R$ 120 mil mensais, função que descreveu como “consultor”. Ele relatou que antes de suas empresas atenderem à Conafer, seu salário era significativamente inferior, de R$ 7 mil por mês. A senadora Soraya Thronicke destacou a urgência em ressarcir os valores subtraídos dos aposentados, indicando a gravidade do escândalo como uma organização criminosa.

Por outro lado, o senador Izalci Lucas sugeriu que a Receita Federal investigasse as obrigações tributárias de Cícero, o qual afirmou ter sempre cumprido suas responsabilidades fiscais. A conexão entre sua empresa e a Conafer levantou suspeitas de lavagem de dinheiro, mas Cícero afirmou que os valores transferidos para seus familiares foram usados para despesas particulares.

No encerramento do depoimento, Viana enfatizou que a comissão enfrenta pressões e tentativas de encobrir a verdade. Segundo ele, o que está em jogo é um esquema bilionário que acarretou graves danos aos aposentados. Viana também denunciou que, conforme informações da Controladoria-Geral da União, a maioria dos descontos em aposentadorias foi feita ilegalmente, o que acentua a necessidade de uma investigação num cenário onde valores exorbitantes, chegando a R$ 1 bilhão, foram movimentados. A comissão manifestou a intenção de aprofundar as investigações em sessões reservadas, em busca de esclarecimentos sobre possíveis elos políticos nesse esquema.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo