SENADO FEDERAL – CCJ Aprova Projeto que Considera Estupro Absoluto em Casos de Vítimas Menores de 14 Anos, Aumentando Proteção a Crianças e Adolescentes

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado brasileiro deu um passo significativo na proteção de crianças ao aprovar um projeto de lei que redefine a interpretação sobre estupro, especialmente no que diz respeito a menores de 14 anos. O projeto, conhecido como PL 2195/2024, estabelece que essa faixa etária é considerada “vulnerável absolutamente”, o que implica que qualquer relação sexual entre um adulto e uma criança será automaticamente caracterizada como estupro, sem margem para relativizações de natureza legal ou interpretativa.

A relatora da proposta, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, enfatizou a importância dessa medida para assegurar a proteção de crianças e adolescentes que são vítimas de abuso sexual. Gama argumentou que o projeto é essencial para garantir que a lei trate as vítimas com a seriedade necessária, afastando interpretações que possam minimizar a gravidade do ato. O objetivo é criar um ambiente legal que preencha lacunas existentes e impeça que abusadores consigam escapar de punições justificando, de alguma forma, suas ações através de argumentos complexos ou por meio de um legalismo que desrespeita a violação do direito das crianças.

Com a aprovação na CCJ, o texto agora segue para votação no Plenário do Senado, onde haverá um pedido de urgência para que seja analisado e aprovado o mais rapidamente possível. Se o Plenário der sinal verde para a proposta, ela será encaminhada para sanção presidencial, tornando-se uma nova norma legal que pode alterar profundamente o modo como casos de abuso sexual contra crianças são tratados em todo o Brasil.

A aprovação deste projeto entra em um contexto mais amplo de luta pela proteção de crianças e adolescentes, destacando a crescente preocupação da sociedade e das instituições com a violência sexual infantojuvenil. Especialistas acreditam que essa proposta pode gerar um impacto significativo na prevenção de abusos e na responsabilização de agressores, além de oferecer maior suporte e segurança às vítimas, que muitas vezes enfrentam dificuldades em se fazer ouvir em meio a um sistema legal que pode parecer falho ou intimidante.

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