Dentre os temas abordados durante a sessão, um dos pontos centrais foi a relação de Cavalcanti com o advogado Nelson Wilians, alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Essa operação investiga um esquema de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS, que culminou na apreensão de bens milionários de Wilians, incluindo uma Ferrari e relógios de luxo. Cavalcanti manifestou estar em um “processo de desassociação” do advogado, situação que, segundo ele, é pertinente à atual investigação.
Durante a audiência, o deputado Rogério Correia (PT-MG) expressou preocupação em relação a movimentos financeiros suspeitos por parte de Cavalcanti, questionando as doações feitas por ele a diversas campanhas políticas. Correia também se mostrou perplexo em relação ao fato de que, enquanto algumas figuras do caso estão detidas, como o “Careca do INSS” e outras, Cavalcanti e Wilians ainda não enfrentaram a mesma medida cautelar.
Além disso, o senador Izalci Lucas (PL-DF) indagou sobre as relações de Cavalcanti com entidades e indivíduos ligados a fraudes, e a conexão deste com um suposto esquema que envolveria parentes e empresas fraudulentas. Ele criticou a ausência de um esclarecimento claro sobre quem estaria de fato envolvido nas irregularidades.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) foi incisivo ao questionar Cavalcanti, sugerindo que sua mudança para Brasília tinha como foco a política, insinuando que sua atuação se assemelha à de um lobista. Ele levantou também suspeitas sobre a possível ligação de Cavalcanti com empresas de apostas online.
Ainda no decorrer da sessão, o deputado Alencar Santana (PT-SP) evidenciou, por meio de vídeos e materiais, uma suposta proximidade entre Izalci e Cavalcanti, insinuando que isso poderia facilitar práticas questionáveis em trâmites legislativos, como a emenda à medida provisória que suspendeu a reavaliação dos cadastros de aposentados.
A CPMI, por sua vez, encerrou a sessão com um forte apelo à necessidade de transparência e verdade, garantindo que deviam ser tomadas todas as providências necessárias para proteger os direitos dos aposentados e pensionistas prejudicados por essas fraudes. A ira do relator Alfredo Gaspar ao criticar a Conafer, entidade vinculada a denúncias de corrupção, destaca a urgência em aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos nesta trama.