SENADO FEDERAL –

“Careca do INSS se Declara Inocente e Promete Documentos à CPMI, Enquanto Senadores Denunciam ‘Roubalheira’ e Irregularidades no Sistema Previdenciário”

Na tarde da última quinta-feira, 25 de outubro, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, popularmente conhecido como “Careca do INSS”, prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante sua participação, Antunes se declarou inocente e descreveu o termo “Careca do INSS” como uma construção narrativa que distorce sua imagem.

Em sua fala, o empresário demonstrou disposição em colaborar com a comissão, afirmando possuir aproximadamente 18 milhões de documentos que poderiam ser fornecidos tanto diretamente à CPMI quanto por meio da Polícia Federal. Ele enfatizou que as fraudes ocorridas no INSS não são de sua responsabilidade, afirmando não ter conhecimento de ações ilegais.

Antunes destacou ainda que, embora tivesse o direito de permanecer em silêncio, decidiu falar com a comissão para expor sua versão dos fatos de maneira transparente. Ele defendeu que os serviços prestados por sua empresa às associações de aposentados foram legítimos, sem conexão com as denúncias de irregularidades.

Em uma série de interrogatórios iniciados por senadores e deputados, o empresário negou qualquer envolvimento com práticas ilegais e desmentiu acusações de que tivesse recebido informações privilegiadas antes de sua prisão pela Polícia Federal. Durante a sessão, também foi contestada a posse de bens de alto valor e negócios em seu nome, com Antunes refutando categoricamente as especulações.

Além disso, ele abordou questões de segurança no sistema do INSS, mencionando a introdução da biometria para aposentados e pensionistas como um avanço positivo, embora tenha provocado discussões sobre as fragilidades existentes no sistema.

Os membros da CPMI, incluindo o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr., não pouparam críticas ao empresário. Duarte Jr. mencionou que as informações apresentadas por Antunes levavam a acreditar na existência de uma organização criminosa, implicando diversos crimes como monopólio e lavagem de dinheiro.

As acusações contra Antunes não pararam por aí. Senadores da base governista e da oposição questionaram se o empresário tinha alguma ligação com os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. O deputado Paulo Pimenta sugeriu que as operações irregulares começaram a se intensificar a partir de 2019, enquanto outros parlamentares defenderam que o problema da corrupção no INSS deveria ser associado a décadas de práticas inadequadas.

Por fim, a CPMI, que será ativa até março de 2026, segue investigando as complexas dinâmicas e as supostas fraudes que afligem o sistema previdenciário, buscando responsabilizar os envolvidos e restaurar a confiança pública.

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