A Subcomissão Temporária de Prevenção e Tratamento do Câncer, vinculada à Comissão de Assuntos Sociais do Senado, realizou uma reunião na última terça-feira, onde discutiu os principais desafios no enfrentamento do câncer do colo do útero. O encontro buscou analisar diversos aspectos, incluindo a eficácia das vacinas, as políticas públicas de prevenção e diagnóstico precoce, bem como inovações tecnológicas para rastreamento da enfermidade.
Um dos pontos centrais abordados foi o papel crítico do vírus HPV, considerado a principal causa do câncer de colo do útero, cuja transmissão ocorre principalmente por meio de relações sexuais. A senadora Damares Alves, autora do requerimento para a realização da reunião, enfatizou a necessidade de garantir acesso aos tratamentos adequados, destacando que a discussão sobre prevenção é irrelevante se os pacientes não conseguem ter acesso ao tratamento necessário. “O câncer não espera. De nada adianta discutirmos a prevenção se não garantirmos o tratamento”, afirmou a parlamentar.
Ana Goretti, representante do Ministério da Saúde, trouxe à tona dados de um estudo publicado na revista The Lancet em 2021, que indica que a vacinação contra o HPV pode resultar em uma redução de até 87% no risco de desenvolvimento do câncer quando administrada em meninas na faixa etária de 12 a 13 anos. Este dado ressalta a importância da vacinação na prevenção da doença.
Outras vozes na reunião, como a da médica oncológica Rayane Cardoso, também se manifestaram sobre a gravidade da situação. Cardoso apontou que a responsabilidade pela morte de uma mulher devido ao câncer do colo do útero vai muito além do tratamento em si. Segundo a médica, essa questão reflete uma falha sistêmica que se inicia desde a infância, com a falta de medidas adequadas e comunicação sobre saúde. “É muito triste quando uma paciente falece por câncer de colo de útero. Isso é um reflexo de uma cadeia de falhas da sociedade”, lamentou.
Além disso, a subcomissão aprovou um requerimento da senadora Dra. Eudócia, que propõe a realização de uma audiência pública para discutir os desafios da implementação da terapia nutricional para pacientes oncológicos, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais integral e humanizada no tratamento do câncer. Essas iniciativas refletem a crescente preocupação com a saúde pública e a urgência de ações efetivas no combate ao câncer.
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