SENADO FEDERAL – Blogueiro condenado a seis anos de prisão se recusa a responder perguntas de parlamentares em CPMI do 8 de Janeiro.

Na última quinta-feira (21), o blogueiro Wellington Macedo de Souza, condenado a seis anos de prisão por sua participação no atentado a bomba próximo ao aeroporto internacional de Brasília, se recusou a responder às perguntas da CPMI do 8 de Janeiro. Alegando falta de acesso às acusações, o extremista afirmou que só colaborará se seus advogados tiverem acesso aos autos.

Durante a audiência, a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, apresentou mensagens que fazem parte da denúncia feita pelo Ministério Público. De acordo com a senadora, essas mensagens indicam que o acampamento localizado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, era um local destinado ao planejamento de atos terroristas.

Conversas entre Wellington de Souza e George Washington de Oliveira Sousa, também condenado por envolvimento no atentado a bomba, revelaram pedidos e orientações para treinar e acionar Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) para as manifestações. A relatora também apontou que os atos ocorridos em dezembro de 2022, como a tentativa de invasão ao hotel onde o presidente eleito estava hospedado, o ataque à sede da Polícia Federal e o atentado a bomba no aeroporto, foram planejados dentro do acampamento próximo ao QG do Exército.

Segundo Eliziane, o acampamento contava com armas, munição de grosso calibre e discussões sobre ações criminosas. O jornalista Wellington Macedo de Souza, que foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente em 2019, foi preso no Paraguai pela Polícia Nacional em uma operação que contou com a colaboração da Polícia Federal.

Além disso, a relatora revelou que o extremista já fazia anúncios e convocações para invadir o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional desde 2021, dois anos antes do atentado do 8 de janeiro. Nas redes sociais, os extremistas convocaram a população para praticar atos criminosos durante uma manifestação e greve dos caminhoneiros. A convocação incluía uma mensagem golpista que pedia a exoneração dos ministros do STF e seu julgamento pelo Superior Tribunal Militar.

Após a exposição das evidências pela relatora, a deputada Jandira Feghali contestou a justificativa de Wellington em não responder às perguntas por falta de acesso aos autos. Segundo a deputada, todas as informações sobre o processo são públicas e, no caso do atentado à bomba, o extremista já foi sentenciado.

Os parlamentares continuam questionando o depoente, em busca de mais informações sobre sua participação nos atentados e suas motivações.

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