SENADO FEDERAL – Aumento do Alcoolismo Entre Mulheres no Brasil: 15% Sofrem com a Dependência e Pedem Medidas Urgentes de Proteção e Tratamento.

O Crescente Desafio do Alcoolismo Feminino no Brasil e a Busca por Soluções

O alcoolismo é uma questão que tem se tornado cada vez mais preocupante no Brasil, especialmente entre as mulheres. Atualmente, mais de 15% do público feminino enfrenta essa condição, enquanto em 2006 esse número era de apenas 7,8%. Especialistas que participaram de uma audiência pública no Senado ressaltaram que o alcoolismo deve ser encarado como uma doença, o que implica em necessidade de tratamento e suporte adequados para as pessoas afetadas.

O impacto do consumo de álcool vai além da dependência, pois está diretamente relacionado a mais de 200 doenças e problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais. Os especialistas defendem medidas rigorosas, como a restrição da publicidade de bebidas alcoólicas e o aumento de impostos sobre esses produtos, como forma de proteger a saúde das mulheres. Durante o encontro, foram discutidas iniciativas direcionadas à sensibilização da sociedade e da esfera política sobre a gravidade do álcool na vida das mulheres.

Leila Barros, uma das senadoras que promovem essas discussões, destacou o aumento alarmante do consumo de álcool entre mulheres. A senadora enfatizou que a liberação da publicidade abusiva e a tributação elevada são essenciais para mitigar os efeitos nocivos do álcool na saúde pública. Em 2019, o custo social do consumo de bebidas alcoólicas chegou a R$ 18,8 bilhões no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

A dificuldade em buscar tratamento para o alcoolismo é agravada por estigmas sociais. Graziella Santoro, presidente da Associação Alcoolismo Feminino, lembrou que muitas mulheres não pedem ajuda devido à vergonha e ao medo. Durante seu depoimento, ela compartilhou que é uma mulher em recuperação e que, apesar das dificuldades, sua vida melhorou significativamente após buscar tratamento.

Além disso, a vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos em Álcool e Drogas, Helena Ferreira Moura, destacou que as mulheres sofreram danos mais graves em comparação aos homens e que a busca por ajuda é frequentemente dificultada pela culpa associada à condição.

A audiência também abordou a necessidade de restringir a publicidade de bebidas alcoólicas, especialmente em mídias sociais, onde é profundamente acessível a jovens e adolescentes. Algumas propostas em andamento visam a implementação de políticas públicas que promovam educação e prevenção, focando na proteção e recuperação das mulheres afetadas pelo alcoolismo.

Fica claro que o alcoolismo feminino é um problema que demanda atenção urgente, e as sugestões apresentadas durante o evento buscam não apenas tratar a questão, mas também criar um ambiente mais seguro e saudável para todas as mulheres. Essa mobilização é um passo na direção certa para enfrentar o desafio do alcoolismo e suas consequências sociais e de saúde pública.

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