Na sessão do Plenário realizada nesta sexta-feira (5), o senador Chico Rodrigues, representando o PSB de Roraima, fez um alerta contundente sobre o crescimento das facções criminosas na Amazônia Legal. Em sua fala, ele enfatizou que a falta de presença do Estado na região tem permitido a infiltração de grupos tanto nacionais quanto internacionais, destacando a atuação da facção venezuelana “Tren de Aragua” em seu estado.
Rodrigues expressou sua preocupação ao afirmar que, sem ação efetiva, essa facção pode se expandir de forma agressiva por todo o Brasil. “O Estado brasileiro precisa urgentemente encontrar mecanismos que garantam a paz para a população”, ressaltou o senador, fazendo ecoar a urgência de uma resposta governamental sólida diante desse cenário alarmante.
Ele teve como base um estudo recente intitulado Cartografias da Violência na Amazônia, que revela que cerca de 44% dos 772 municípios da região estão sob a influência direta de pelo menos 17 grupos criminosos diferentes. Esse dado representa um aumento significativo de 32% em comparação com o ano anterior, quando apenas 260 municípios estavam mapeados com essa problemática.
A fala do senador foi além da análise numérica; ele argumentou que a situação atual não se restringe à mera expansão territorial das facções, mas, mais grave ainda, à consolidação de redes criminosas que ameaçam a ordem pública e a soberania nacional. Para fazer frente a essa crise, Rodrigues defendeu o aprimoramento do projeto de lei que visa fortalecer o combate ao crime organizado, conhecido como PL Antifacção. Essa proposta, que foi enviada ao Congresso pelo governo federal, já passou por alterações na Câmara dos Deputados, mas o senador considera que essas mudanças fragilizam a luta contra as facções.
“É imprescindível que nossas forças de segurança tenham acesso a ferramentas eficazes e um suporte legal robusto para desmantelar as estruturas das organizações criminosas”, afirmou, ressaltando que não se trata apenas de penalizar, mas também de reestabelecer a presença estatal nas áreas que foram dominadas pela criminalidade. Assim, suas declarações destacam a gravidade do problema e a necessidade urgente de medidas efetivas para restaurar a ordem e a segurança na Amazônia.
