SENADO FEDERAL – A CPMI no Senado irá ouvir ex-membros da Segurança do DF e do Comando Militar do Planalto.



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, responsável por investigar os ataques antidemocráticos ocorridos no início do ano, não terá reuniões na próxima semana. No entanto, na semana seguinte, após o feriado do 7 de setembro, a comissão pretende ouvir ex-integrantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Comando Militar do Planalto que estavam nos cargos durante os ataques. Além disso, há a possibilidade de que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, seja ouvido novamente.

De acordo com a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, a reconvocação de Mauro Cid já foi aprovada e agora aguarda a definição do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia, para que ele retorne e preste novos esclarecimentos. Mauro Cid prestou um primeiro depoimento à comissão em julho, mas investigações da Polícia Federal indicaram sua possível participação na venda ilegal de presentes recebidos de autoridades estrangeiras.

A expectativa é que, em um novo depoimento à CPMI, Mauro Cid opte por responder às perguntas, ao contrário do primeiro depoimento, no qual permaneceu calado diante dos questionamentos dos parlamentares. Nos últimos dias, ele tem prestado longos depoimentos à Polícia Federal, o que indica uma mudança de estratégia em sua defesa.

Quanto aos próximos passos da CPMI, a senadora Eliziane Gama informou que pretende ter reuniões na semana iniciada em 10 de setembro, com o objetivo de ouvir a ex-subsecretária de Inteligência da SSP do Distrito Federal, Marília Ferreira Alencar, e o ex-comandante do Comando Militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes. Ambos ocupavam esses cargos na época dos ataques.

Além disso, a senadora também mencionou a possibilidade de realizar uma acareação entre a deputada Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto. Delgatti acusa a parlamentar de ter pago R$ 40 mil para que ele tentasse invadir plataformas mantidas pela Justiça na internet.

Outro ponto abordado por Eliziane Gama foi a possibilidade de haver alguma delação premiada no âmbito da CPMI. Ela afirmou que, agora que já existe um entendimento favorável a esse tipo de procedimento, basta que os interessados manifestem essa vontade à comissão. No entanto, até o momento, apenas Walter Delgatti demonstrou disposição para colaborar, mas ainda não formalizou o pedido.

É importante ressaltar que o parecer da Advocacia do Senado Federal (Advosf) considera as comissões parlamentares de inquérito legítimas para propor acordos de colaboração premiada aos depoentes, desde que haja a concordância do Ministério Público. Esse parecer foi emitido neste mês, em resposta a um questionamento feito pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama.

A CPMI do 8 de Janeiro tem como objetivo investigar os ataques antidemocráticos e a disseminação de notícias falsas durante o processo eleitoral de 2018. As investigações são fundamentais para garantir a integridade do sistema democrático e combater eventuais crimes cometidos nesse contexto.

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