A revogação da lei foi aprovada pela Câmara Baixa do Estado na semana passada e agora aguarda a sanção da governadora Katie Hobbs. A legislação de 1864 restabelecida pela Suprema Corte do estado em abril, sob a sombra da queda da decisão Roe vs. Wade em 2022, será substituída pela legislação atual, que permite o aborto somente nas primeiras 15 semanas de gravidez, com exceções em casos de risco de vida para a mulher.
O embate político no Arizona reflete a importância do tema do aborto nas eleições e na divisão partidária. A governadora democrata, Katie Hobbs, defensora do direito ao aborto, comemorou a revogação da lei do século XIX como uma vitória para as mulheres, mas destacou que ainda há muito a ser feito.
Por outro lado, houve oposição por parte de alguns republicanos, que defendiam a lei arcaica que proibia o aborto na maioria dos casos. A discussão no Senado foi acalorada, com a senadora republicana Shawnna Bolick justificando seu voto a favor da revogação com base em sua experiência pessoal.
Enquanto o Arizona avança rumo à revogação de uma lei do século XIX, a Flórida adotou uma medida que restringe o acesso ao aborto após seis semanas de gestação. A implementação dessa nova lei na Flórida, que havia sido adiada devido a denúncias de violação das leis estaduais de privacidade, mostra como o debate sobre o aborto continua sendo um tema central na política dos Estados Unidos.
Em um contexto de acirramento político e eleitoral, as decisões sobre o aborto nos estados americanos refletem as divergências e conflitos em torno desse assunto delicado e fundamental para os direitos das mulheres. A revogação da lei do século XIX no Arizona e a entrada em vigor da nova lei na Flórida são apenas dois exemplos de como a questão do aborto continua sendo um ponto de tensão na sociedade e na política dos Estados Unidos.