O governo, por meio de um comunicado nas redes sociais, expressou indignação com a votação, alegando que a decisão tem motivações políticas e não se baseia em critérios meritocráticos. Para muitos analistas, essa recente movimentação no Congresso reflete uma resistência ao estilo inflexível de administração de Milei, que buscou acelerar suas nomeações durante o recesso legislativo, utilizando um mecanismo excepcional da Constituição que permite tais ações apenas se o tribunal estiver impossibilitado de funcionar.
Diego Armesto, advogado especialista em Direito Constitucional, comentou sobre a situação, afirmando que as críticas do governo em relação à decisão senatorial são infundadas. Em sua visão, é fundamental que a institucionalidade prevaleça e que o governo busque consenso. Ele destacou que as acusações de um “golpe parlamentar” feitas pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, são desproporcionais, uma vez que o Congresso atuou dentro de suas prerrogativas.
Com a maioria dos votos concentrados no bloco União pela Pátria, do peronismo, além de apoios do Proposta Republicana (PRO) e do União Cívica Radical (UCR), a rejeição foi robusta, necessitando de dois terços dos votos de um total de 72 senadores para a validação das nomeações. Ao longo do último ano, as propostas de Milei para esses cargos não haviam conseguido avançar na Câmara Alta, levando o presidente a aproveitar o recesso para aprovar suas indicações.
O episódio ilustra as dificuldades que Milei enfrenta em um Congresso que ainda se mostra resistente a suas políticas e inovações, criando um cenário político volátil enquanto o governo tenta solidificar seu controle e implementar suas reformas. A rejeição das nomeações pode ser um ponto de inflexão para a estratégia governamental e evidencia a complexidade das relações políticas na Argentina contemporânea.