Senado aprova projeto de adicional da CSLL para adaptação às Regras GloBE, impactando multinacionais estrangeiras com faturamento superior a € 750 milhões.



O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira, dia 18, o projeto de lei que implementa um acréscimo na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com o objetivo de adequar a legislação brasileira às Regras Globais Contra a Erosão da Base Tributária – também conhecidas como Regras GloBE. A autoria do projeto é do deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados, e a proposta já havia sido aprovada pelos deputados no dia anterior, seguindo agora para sanção presidencial.

Essa matéria foi inicialmente tratada por meio de uma medida provisória emitida pelo governo no início de outubro, após sugestão da equipe econômica. No entanto, foi decidido que o assunto seria abordado por meio de um projeto de lei.

O adicional será aplicado a multinacionais estrangeiras com um faturamento anual superior a € 750 milhões, em conformidade com o Pilar 2 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que estabelece uma tributação mínima de 15% para grandes empresas em nível global. De acordo com as estimativas do governo, o projeto não terá impacto no Orçamento de 2025, prevendo uma arrecadação em torno de R$ 8 bilhões anuais após 2029, uma vez que a estabilidade seja alcançada.

A Receita Federal será responsável por regulamentar a cobrança adicional, incluindo a conversão de moedas, ajustes necessários e todo o arcabouço regulatório. As regras serão atualizadas periodicamente para estar em conformidade com os documentos de referência aprovados pela OCDE, a fim de qualificar o Adicional da CSLL como um Qualified Domestic Minimum Top-up Tax (QDMTT).

Além disso, o projeto estabelece as definições das entidades que compõem os grupos de empresas multinacionais, os conceitos de lucro ou prejuízo GloBE de cada uma delas, os tributos abrangidos e não abrangidos, as regras de transição, entre outros aspectos. O Congresso Nacional também aproveitou a oportunidade para prorrogar os mecanismos da Tributação de Base Universal (TBU) até 2029, visando evitar uma lacuna na legislação vigente.

Durante a votação no Senado, o relator da matéria, Alan Rick (União-AC), destacou a importância de o Brasil se adaptar ao cenário global e implementar o adicional da CSLL. O parlamentar ressaltou que outros países já adotaram as Regras GloBE e que a falta de ação do Brasil poderia resultar na perda de receita tributária para outras jurisdições. Rick também destacou a necessidade de uma reforma ampla no regime de TBU e a apresentação de uma nova proposta de regra CFC em 2025, alinhada às práticas internacionais.

Em suma, a aprovação do projeto de lei que institui o adicional da CSLL representa um passo importante na adequação da legislação brasileira às normas internacionais de tributação e na busca por maior equidade e competitividade no cenário global.

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