Seleção Brasileira de Vôlei Enfrenta Crise e Bernardinho Avalia Possível Renovação para o Futuro



Seleção Brasileira de Vôlei Enfrenta Desafios e Clama por Renovação após Decepção em Paris

A seleção brasileira masculina de vôlei viveu um dos momentos mais difíceis de sua história recente nas Olimpíadas de Paris, obtendo a oitava colocação, seu pior desempenho desde os Jogos de Munique, em 1972. Esta má campanha marca, pela primeira vez, a ausência de Bernardinho no pódio em sua carreira como técnico.

Com uma atuação aquém do esperado, torcedores e analistas buscam explicações para o desempenho insatisfatório. A equipe perdeu três dos quatro jogos disputados em Paris, vencendo apenas contra o Egito. Entre os críticos está William Arjona, campeão olímpico em 2016 e comentador esportivo, que refletiu sobre os fatores que contribuíram para esse resultado.

Um dos pontos apontados por Arjona é a mudança no comando técnico, ocorrida a poucos meses do início dos Jogos. Renan Dal Zotto deixou o cargo após o Pré-Olímpico do ano passado, e Bernardinho assumiu a equipe já em 2024, pouco antes da Liga das Nações. O técnico, detentor de sete medalhas olímpicas, reconheceu que teve tempo insuficiente para conhecer todos os jogadores, apesar de já conhecer alguns deles de trabalhos anteriores.

Arjona também destacou a adoção de um estilo de jogo europeu pela seleção brasileira como problemático. Segundo ele, a globalização do vôlei pode não ter sido benéfica para o Brasil, pois a maioria dos jogadores atua na Europa e adotam uma forma de jogar que não reflete a característica brasileira. “Sempre tivemos atletas fora, mas mantivemos nossa essência, um jogo ousado e não tão quadrado. Sentimos falta disso, especialmente quando comparados aos Estados Unidos, que têm um jogo mais veloz e com mais variações”, afirmou.

Apesar da crítica, Arjona vê alguns aspectos positivos na participação da equipe em Paris. Ele destacou a performance de jovens jogadores como Darlan e Lukas Bergmann, que ganharam espaço na seleção.

Com jogadores experientes, como Leal, Lucão e Bruninho, sugerindo que não continuarão na seleção, a má campanha francesa pode acelerar a inclusão de novos talentos. “A renovação é necessária. O resultado em Paris pode ser um incentivo para pensarmos na renovação, dando experiência internacional aos jovens e assumindo possíveis resultados negativos no começo”, defendeu Arjona.

Bernardinho, que assumiu o time perto das Olimpíadas, deixou em aberto sua continuidade após a precoce eliminação. Além de técnico, ele atua como coordenador de seleções na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e seu envolvimento futuro é visto como crucial por Arjona.

“Acredito muito no trabalho de Bernardinho iniciando um ciclo completo. Ele ainda tem uma chama acesa dentro dele”, disse Arjona. Porém, a escolha de um novo treinador, caso Bernardinho decida se afastar do comando técnico, deverá ser muito bem discutida, ponderando entre um técnico jovem e um mais experiente ou até mesmo um estrangeiro.

A próxima fase para a seleção brasileira de vôlei é crucial, e a forma como essa renovação será conduzida pode definir o sucesso do time nos próximos ciclos olímpicos, inclusive nas Olimpíadas de Los Angeles (2028) e Brisbane (2032).

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