Após uma campanha decepcionante nos Jogos de Tóquio-2021, onde não passaram da fase de grupos, a seleção brasileira demonstrou evolução ao vencer Espanha e Angola na fase inicial em Paris, garantindo um lugar entre as oito melhores. Porém, encarar times nórdicos no handebol é sempre um desafio monumental. A Noruega, medalhista de bronze em Tóquio, mantém uma tradição de excelência na modalidade e enfrenta a Dinamarca na semifinal. Do outro lado da chave, a Suécia encara a forte França, atual campeã olímpica.
O confronto começou com as brasileiras apostando na solidez defensiva e no talento da goleira Gabi Moreschi, que executou uma defesa crucial num tiro de sete metros logo no início. Contudo, essa abordagem não foi suficiente para conter a ofensiva norueguesa. Jhennifer empatou o jogo em 1 a 1, mas logo em seguida, uma sanção de dois minutos imposta a ela abriu espaço para as adversárias ampliarem para 4 a 1.
O técnico Cristiano Rocha tentou ajustar a defesa e aumentar a confiança das suas jogadoras no ataque, mas a missão mostrou-se árdua. A Noruega rapidamente ampliou a diferença com ataques precisos e contra-ataques mortais, enquanto o Brasil teve dificuldades para finalizar e viu a goleira adversária realizar quatro defesas em sete arremessos. Ao final do primeiro tempo, as europeias tinham uma vantagem confortável de 10 a 3.
No segundo tempo, a situação não melhorou para as brasileiras. Visando uma reação, Rocha optou por deixar o gol vazio e colocar sete jogadoras na linha, mas a estratégia não surtiu efeito e resultou em mais gols noruegueses. A diferença chegou a dez gols (19 a 9) e continuou a aumentar à medida que o jogo se desenrolava. A Noruega dominou totalmente o segundo tempo, exibindo sua superioridade técnica e tática.
A seleção brasileira passou 12 minutos sem marcar, testemunhando a Noruega treinar suas reservas, mas ainda mantendo o controle e a ofensividade. Jhennifer quebrou o jejum ao anotar o 12º gol do Brasil, mas a distância no placar era insuperável. No final, a Noruega consolidou sua classificação com um expressivo 32 a 15, demonstrando a disparidade entre as duas equipes.
Essa eliminação deixa evidente o caminho que o handebol feminino brasileiro ainda precisa percorrer para alcançar o nível das grandes potências mundiais. Mesmo assim, o desempenho em Paris-2024 oferece pontos positivos e lições para a evolução futura da equipe. Com investimentos e treinamentos adequados, o Brasil pode almejar cenários mais promissores nas próximas competições internacionais.
