Secretário-geral da ONU testemunha devastação em Gaza após bombardeios e anuncia plano de ajuda humanitária para reconstrução e fornecimento de alimentos.

Em uma visita à Cidade de Gaza, o secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, presenciou de perto a devastação resultante de anos de conflitos e bombardeios na região. A cena que se desdobrava diante dele era de um desolador deserto urbano, onde muitos edifícios que ainda estavam de pé em sua última visita, há cerca de sete ou oito meses, já não existem mais. Fletcher expressou sua consternação ao afirmar que “é absolutamente assustador ver como grande parte da cidade se tornou um deserto”, refletindo sobre a rápida deterioração das condições de vida em Gaza.

A situação humanitária em Gaza é crítica, e a ONU está mobilizando esforços substanciais para abordar as necessidades imediatas da população. Para isso, foi elaborado um ambicioso plano de 60 dias, que visa aumentar o fornecimento de alimentos e distribuir até um milhão de refeições diariamente. Além disso, o plano contempla a reconstrução do setor de saúde, a montagem de tendas para abrigar os necessitados durante o inverno e a reintegração de centenas de milhares de crianças à escola. Essas iniciativas são cruciais em um momento em que a estrutura social e econômica da região está profundamente comprometida.

As estimativas apresentadas pela ONU revelam que quase 92% das residências em Gaza foram afetadas de alguma forma pelos ataques, com muitos lares sendo completamente destruídos. A quantidade de escombros gerados por essa devastação chega a impressionantes 50 milhões de toneladas, o que representa um desafio monumental para qualquer esforço de recuperação. Adicionalmente, autoridades informam que cerca de 11.000 pessoas ainda estão desaparecidas, elevando o clima de desespero em meio a uma população já fragilizada.

Do ponto de vista financeiro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicou que aproximadamente US$ 70 bilhões serão necessários para reconstruir a infraestrutura e as residências de Gaza, ressaltando a magnitude da tarefa à frente. A urgência da situação em Gaza clama por ações coordenadas e efetivas, à medida que a comunidade internacional observa o desenrolar da crise humanitária.

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