Lutnick posicionou o Brasil como parte de um grupo de nações que, segundo ele, enfrentam um “problema” que requer correção. Essa afirmação se insere em um contexto mais amplo de revisão das relações comerciais, onde Lutnick destacou a importância de os países, incluindo a Suíça e a Índia, “reagirem corretamente” aos interesses americanos. O secretário foi claro ao afirmar que a abertura dos mercados desses países e a cessação de medidas que impactem negativamente os EUA são essenciais para equilibrar o comércio.
As tensões aumentaram após a imposição de tarifas pelo governo Trump, que afetaram praticamente todos os principais parceiros comerciais de Washington, incluindo o Brasil. Desde agosto, o país já enfrenta uma sobretaxa de 50% sobre uma variedade de produtos. Essas tarifas, que entrarão em vigor em 1º de outubro, variam de 25% a 100% e incidirão sobre produtos como medicamentos, caminhões pesados e itens para cozinha. Além do Brasil, outros países, incluindo Irlanda, Suíça, Austrália, e Japão, segundo Lutnick, também serão afetados por essa nova rodada de medidas protecionistas.
O secretário de Comércio também mencionou o déficit comercial do Brasil com os EUA, especialmente em comparação com nações como a Suíça, que, apesar de seu tamanho, apresenta um déficit significativo de 40 bilhões de dólares. Lutnick argumentou que é fundamental que esses países compreendam que, para manter relações comerciais saudáveis, precisam alinhar suas políticas com os desejos do governo americano.
Recentemente, a interação entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU indicou um possível esforço para acalmar as tensões, com a expectativa de uma reunião para discutir as diretrizes comerciais entre as duas nações. Esse encontro ocorre em um cenário em que a administração Trump tem manifestado preocupações constantes sobre questões internas no Brasil, como processos judiciais e críticas à liberdade de expressão.
Enquanto as discussões se intensificam, tanto os EUA quanto o Brasil deverão encontrar um caminho que promova um comércio mais equilibrado, evitando a escalada de tarifas que, segundo analistas, pode prejudicar ambas as economias.