O feijão é um dos alimentos mais afetados pela falta de chuvas. O presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, afirma que das últimas 10 safras, cerca de 8 foram perdidas devido à estiagem. O ciclo curto de cultivo do feijão torna a plantação suscetível a períodos de seca, o que compromete a produção. Além disso, a seca favorece a proliferação de pragas, afetando ainda mais a produção do grão.
Já a carne bovina também deve sofrer com a elevação dos preços. A degradação dos pastos devido à falta de água pode atrasar o processo de engorda dos animais, diminuindo a oferta de carne no mercado. A alta demanda pelo produto, aliada aos bons índices de exportação, contribui para uma possível elevação nos preços.
No caso da laranja, os preços já vêm sofrendo altas desde o final de 2023. Além da seca, a incidência da doença “greening” e as altas temperaturas têm prejudicado a qualidade e produtividade da fruta. O Brasil pode levar até três safras para repor os estoques de sucos de laranja.
A seca recorrente no país é resultado de uma série de eventos climáticos, como o El Niño e o desmatamento na Amazônia. As projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas indicam que a seca pode se tornar ainda mais frequente nos próximos anos, o que reforça a importância de medidas para mitigar os impactos da falta de chuvas na produção de alimentos.