Seca severa encarece carne, feijão e laranja no Brasil; escassez de chuvas afeta produção e preços de alimentos.

A escassez de chuvas está impactando diretamente a produção de alimentos no Brasil, o que pode resultar em um aumento significativo nos preços da carne bovina, do feijão e da laranja. Segundo levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), a seca em curso já dura 12 meses, sendo a pior dos últimos 44 anos, afetando principalmente pequenos produtores que não possuem sistemas de irrigação.

O feijão é um dos alimentos mais afetados pela falta de chuvas. O presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, afirma que das últimas 10 safras, cerca de 8 foram perdidas devido à estiagem. O ciclo curto de cultivo do feijão torna a plantação suscetível a períodos de seca, o que compromete a produção. Além disso, a seca favorece a proliferação de pragas, afetando ainda mais a produção do grão.

Já a carne bovina também deve sofrer com a elevação dos preços. A degradação dos pastos devido à falta de água pode atrasar o processo de engorda dos animais, diminuindo a oferta de carne no mercado. A alta demanda pelo produto, aliada aos bons índices de exportação, contribui para uma possível elevação nos preços.

No caso da laranja, os preços já vêm sofrendo altas desde o final de 2023. Além da seca, a incidência da doença “greening” e as altas temperaturas têm prejudicado a qualidade e produtividade da fruta. O Brasil pode levar até três safras para repor os estoques de sucos de laranja.

A seca recorrente no país é resultado de uma série de eventos climáticos, como o El Niño e o desmatamento na Amazônia. As projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas indicam que a seca pode se tornar ainda mais frequente nos próximos anos, o que reforça a importância de medidas para mitigar os impactos da falta de chuvas na produção de alimentos.

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