Seca extrema na Amazônia e no Pantanal em 2024 atinge níveis recorde e alerta para aumento da crise hídrica

O ano de 2024 revelou um alerta preocupante sobre a seca na Amazônia e no Pantanal, com os rios atingindo os menores níveis da série histórica. Entre setembro de 2023 e outubro de 2024, foram registradas 85 mínimas históricas na Bacia do Rio Amazonas, com destaque para o Rio Negro, em Manaus, que alcançou seu menor nível em 122 anos.

No Pantanal, o Rio Paraguai em Ladário também bateu recorde negativo em 2024, chegando a -69 cm. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontou que o Brasil enfrentou a maior seca dos últimos 70 anos, com mais de 80% dos municípios sofrendo com algum grau de seca, sendo que 1.349 encontravam-se em níveis severos e extremos.

A recuperação dos rios tem sido afetada pelo atraso da estação chuvosa, sendo a Bacia do Rio Amazonas a mais difícil de se recuperar devido à complexidade de seus rios volumosos. Cidades como Manaus chegaram a ficar mais de um ano sem chuvas, agravando a situação.

Em 2024, os recordes negativos se estenderam por todas as estações de medição dos rios, com o Rio Solimões e o Rio Amazonas superando marcas anteriores. No Pantanal, além de Ladário, outros pontos como Barra do Bugres e Porto Murtinho também registraram os maiores índices negativos da série histórica.

O prognóstico indica que a recuperação dos rios da Amazônia e do Pantanal pode ocorrer até a segunda quinzena de dezembro, mas os efeitos da seca são cumulativos e podem persistir por longos períodos. A seca tem se intensificado e se tornado mais frequente desde a década de 1990, com este ano superando os anos anteriores em termos de extensão da área afetada.

Quase 5 milhões de km² do território nacional foram impactados pela seca em 2024, representando 59% de toda a área do país, indicando uma piora significativa em relação aos anos anteriores. A situação alerta para a necessidade de medidas urgentes para enfrentar os efeitos das secas recorrentes na região amazônica e no Pantanal.

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