Embora a causa da morte ainda não tenha sido confirmada, há indícios de que possa estar ligada a complicações decorrentes da malária, doença contraída pelo artista em 1990, durante uma expedição à Nova Guiné. Essa região é uma das várias que ele documentou em seu aclamado projeto “Gênesis”, onde capturou paisagens e culturas quase intocadas pelas transformações da modernidade.
Recentemente, em março, durante a inauguração de uma retrospectiva de sua carreira em um centro cultural em Deauville, França, Salgado compartilhou que havia sido internado algumas semanas antes para tratar complicações da malária. Ele se mostrou bastante sincero ao afirmar que estava em um estado debilitado, mencionando que fazia 15 anos que estava em tratamento e que seu corpo começou a rejeitar a medicação, o que resultou em uma significativa perda de energia.
A malária é uma doença infecciosa provocada por protozoários do gênero Plasmodium, e a transmissão ocorre principalmente através da picada do mosquito Anopheles. Caracterizada por febre alta, calafrios e sudorese intensa, essa enfermidade é um problema significativo de saúde pública, especialmente na Amazônia brasileira, onde a maioria dos casos é registrada. Entre as formas mais perigosas da malária, destaca-se a infecção por Plasmodium falciparum, que pode levar a quadros graves como anemia e comprometimentos cerebrais.
Salgado deixa um legado indelével na arte e na consciência ambiental, tendo documentado a luta contra a destruição do planeta e homenageado as culturas que ainda resistem à homogeneização global. Seu trabalho ressoará, assim como sua história de vida, inspirando futuras gerações de artistas e ambientalistas.